08 fevereiro, 2006

O Burro no seu Mundo

Não há melhor sensação que sentir que podemos ser nós a comandar os nossos destinos, quebrar situações, rasgar a monotonia, chegar e partir sempre que nos apeteça, não ser prisioneiro do socialmente correcto, refém do pré estabelecido, é sufocante.
Em cada momento que deixamos de fazer o que nos apetece, morre um pouco de nós, em cada momento que deixamos de expressar o que sentimos, ficamos mais pobres, em cada momento que deixamos de expressar o nosso ponto de vista, ficamos mais limitados.
Pode haver quem considere um acto de egoísmo, ao querermos ser nós próprios, ao querermos pensar um pouco mais em nós, mas não, não, não penso assim, haverá maior acto de egoísmo, que os outros quererem que nós sejamos previsíveis, que pensemos como eles entendem ser correcto pensar, que as atitudes que tomamos lhes agradem sempre, que os nossos sentimentos sejam aqueles que lhes proporcinam mais felicidade, e nós onde e como ficamos.
Se ao pensarmo-nos e sentirmo-nos, isso é egoísmo, então eu quero ter o direito aos meus momentos de egoísmo, ou seja lá o que lhe queiram chamar, se ao poeta é permitido o seu lirismo, então eu quero ser poeta sempre que me apetecer, tenho a certeza que escreverei os melhores poemas de vida, ainda que seja eu apenas a compreender, o sentido de cada palavra neles contida.
Pois então serei poeta, serei egoísta, mas não cinzento, não prisioneiro de vontades que não são minhas, não farei pacto com uma existência amorfa e atrofiante, serei eu mesmo!
O nosso muito obrigado.

8 comentários:

Elipse disse...

Entre o eu e o outro há sempre um pacto. Quanto mais não seja um pacto social que tem a ver com as nossas múltiplas funções: no emprego não podes sempre ser quem queres; numa fila não podes ignorar as regras; na estrada não podes pensar só em ti... enfim... mas percebo onde queres chegar com a tua reflexão e o teu grito. Sejamos, pois, egoístas, pelo menos naquele bocadinho de liberdade que nos é concedida. Entendes-me?

antónio paiva disse...

.....elipse, uma coisa é respeitar os outros, outra coisa é sermos nós mesmos, de qualquer modo entendo onde queres chegar, aqui o princípio do contraditório faz parte do menu..... :)

Obrigado e volta sempre!

Anónimo disse...

oh rapaz, comanda-te!
é verdade q a sociedade é limitadora, temos de ser nós a abrir os nossos próprios horizontes...

Eu disse...

mais uma vez tens toda a razão:
o Eu é que é bom!

Rosario Andrade disse...

oLA!!!!!
E eu que nunca tinha visitado os burricos aqui... e que razao tem, o malandreco!

Da proxima vez que for a aldeia tiro fotos ao burro la de casa, e envio-te para a tua coleccao!... se quiseres, é claro.

Abracicos!

antónio paiva disse...

.....rosario a., obrigado se puderes enviar fotos agradeço.....

Anónimo disse...

*Holas, graças por visitar-me.
Só tenho4 lido o pós que te comento, sou espanhola, devo usar um tradutor de texto para ler-te e responder-te.
Eu costumo pôr-me na pele dos demais, não faço nada que considere seja mau para meu, tenho o costume de tratar às demais pessoas como me agrada que me tratem a *tí.
Saudações.

Mónica disse...

concordo! já disse que faço por isso http://semcantigas2.blogspot.com/2006/01/maria-manel.html
mas se apenas contar comigo...