26 agosto, 2013

eu

“Na opinião dos mortais os deuses não suam.
Mas ai dos poetas que não suam!
O suor é a luz dos homens.”
[José Gomes Ferreira, Dias Comuns IV – Laboratório de Cinzas]
 
morrer do desejo de desejar. morrer no papel onde escrevo. morrer no que digo incapaz de me fazer entender. morrer na saudade que nunca tive. morrer porque a bem-dizer nunca tive nada. mas se eu um dia vos pedir – guardem-me a alma sem me perguntar nada.
[eu, antónio paiva]

13 agosto, 2013

[!!!]


sempre que morre um ser humano fico incomodado, sempre que morre um bom ser humano fico muito incomodado. sempre que morre um bom ser humano e bom escritor ou bom artista, fico muito mais que muito incomodado - dói-me. é uma dor que não sei descrever. há no entanto uma dor que me acompanha todos os dias - é que enquanto um bom ser humano e bom escritor ou artista não morre, poucos muito poucos, quase nenhuns, se lembram que ele existe, carecendo ele tanto de lembrança.