30 janeiro, 2007

sim não sim não sim não

podem os caminhos a percorrer ser temerosos, mas a vontade é maior que o temor. podem carregar-me de vontades alheias, mas apenas transportarei as que quero. podem até vir com falinhas mansas, palmadinhas no dorso. mas só escuto aquilo em que acredito. acredito na vida e no direito a ela com elevação. acredito na morte e no direito à mesma com dignidade. acredito nos meus direitos respeitando os dos outros. quanto às minhas obrigações faço o que posso. cada um faça o mesmo. posso não ser tão inteligente como muitos, mas por favor dêem-me o direito de ter alguma inteligência. de fazer com ela o que bem entendo. olhe cada um bem no seu interior. tenho a certeza que se o fizerem. debitarão menos disparates. serão mais tolerantes para com a inteligência e vontade dos outros. - quantas vezes não querem impingir aos outros o que nem eles mesmos aceitam - isso tem um nome: hipocrisia (elaborada naturalmente) -
antónio paiva

29 janeiro, 2007

O post hoje é AQUI .

Boa semana a todos!

26 janeiro, 2007

abraçar o céu

( fotografia chuvamiuda)
(clicar na imgem)
as horas sucedem as meias horas
cansado de mastigar bolor
na azinhaga do esquecimento

salva-me o teu ventre
em forma de violino
deposito o meu beijo sedento

sons apenas sons
o diálogo dos corpos vibrantes
partimos juntos a abraçar o céu
antónio paiva

24 janeiro, 2007

libertar

(fotografia chuvamiuda)
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libertemo-nos de olhares bocejantes

que insistem em dar sentido ao tédio

peritos em fabricar monotonia

lançam sorrisos lamacentos

querem-nos obedientes e trôpegos

atiram-nos neblinas que comem os olhos

adoram olhos enferrujados de tanto chorar

libertemo-nos pois

dos andares desnorteados

de labirinto em labirinto

a transpirar de tédio

voemos então para além das brumas doridas

antónio paiva

22 janeiro, 2007

(fotografia chuvamiuda)
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às vezes apetece-me desistir porque também tenho as minhas fraquezas.......

às vezes quero continuar porque também tenho a minha coragem.......

se for hipócrita concordo sempre contigo, mas não sou teu amigo.......

se te zangares quando discordo, não és meu amigo, és hipócrita.......

antónio paiva

20 janeiro, 2007

(fotografia chuvamiuda)
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do meu terraço, tenho longas conversas com o mar. tento discernir a verdade, a partir deste emaranhado de fios, enrolados em novelos. cuidadosamente embalados de forma mentirosa mas atraente. se um dia eu for poeta, gostaria de ter alma suficiente, para suportar o pesado fardo de toda a dor humana. incluindo a minha. só tu mar me escutas pacientemente. só tu sabes e guardas silenciosamente, as minhas fraquezas. na tua imensidão aquieto os meus ímpetos. no teu leito se deitam as ninfas. no teu leito afogo os bocejos que me provocam os iluminados. tu curandeiro das feridas do corpo e espírito. de amantes. de amigos. de inimigos. de pobres. de ricos. de poetas. de pintores. de literatos. de artistas. de palhaços. de malabaristas. tu que assistes na tua grandeza. à morte de mulheres. de crianças. de homens. dos nossos sonhos. -também tu morrerás um dia de morte injusta, a morte destinada aos que não se resignam, a morte destinada aos que são solidários e não se vendem, a morte destinada aos que não se deixam impressionar pelas quimeras do ouro -
antónio paiva

19 janeiro, 2007

(fotografia chuvamiuda)
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e olham? não, não olham. e ainda há quem diga que se sente de consciência tranquila, depois de cometer as maiores barbaridades. a mistura sombria de indiferença e petulância. temperadas com o toque sinistro, de quem atira legalidades à cara de imbecis e ignorantes. que a beleza da natureza e do mar, partam para o exílio. ou correm o risco de serem condenados. por incomodar o braço irado da lei das bestas.

antónio paiva

18 janeiro, 2007

(fotografia chuvamiuda)
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carta a ninguém

aqui tens o meu passado, não sei porque o invoco, muito menos porque o escrevo, talvez um impulso súbito, talvez alguma loucura poética, embora não lhe tenha ainda verdadeiramente descoberto as raízes, as mesmo de verdade, sim, mas porque o haveria de fazer? tão pouco sinto vontade de o fazer. não me apetece enveredar por abismos abertos, por mais que o fogo na ponta dos dedos, me faça estalar as unhas já incandescentes, nada como mergulhar as mãos num balde gelo. a quem poderão interessar um chorrilho de lamentos, de ideias mal cozinhadas. de caminhos mal escolhidos, de trilhos quase imperceptíveis, tal foi a falta de vontade que os desenhou. nada que um caldo bem quente de auto-ironia não cure. nada que os que me apontam o dedo com discernimento lúcido desapaixonado, não tornem evidente. resta-me agora juntar todas as pedras que rolaram, colocar uma sobre a outra. quem sabe não acabo a reconstrução a tempo. a tempo de quê? a tempo para quê? perguntar-me-ás. não sei responder, também não o acho importante. o mais importante para mim, é conseguir uma reconstrução sólida. à prova de devaneios ilúcidos, de disparates avulsos, resistente a tempestades de asneiras. imune às gritarias histéricas sim não, sim não, sim não. porque não param com isso? afinal de contas cada um gosta de ser cada um. eu também!

até à volta do correio.

antónio paiva

17 janeiro, 2007

(fotografia chuvamiuda)
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com os olhos rasos de luz busco o infinito, embriagado pela utopia. só alguém embriagado pela utopia, pode amar neste mundo em ruínas.....
antónio paiva

16 janeiro, 2007

Lições de Vida

(fotografia chuvamiuda Dedicada a Dignidade)
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Esta semana ando assim, mais uma vez tenho de colocar evidência algo que me marcou, desta vez foi o comentário desta amiga, DIGNIDADE, deixado no meu anterior post, lá terei de pedir desculpas de novo e espero que ela me compreenda.

Para a tentar compensar, dedico-lhe uma fotografia tirada por mim, do nascer do sol, na sua terra natal, onde eu agora vivo, espero que gostes amiga.

Mais não digo, porque nada do que eu possa dizer vai acrescentar valor, ao que ela escreveu no comentário que me deixou.

Olá António!

Que saudades!

Peço desculpa pela ausência e pela devolução daquele bocado de ti que tanto queria ter...mas vi-me obrigada a esta ausência...findo o tratamento de quimio e laser estou de volta e como nova!

Se me puderes reenviar o livro, suportarei todas as despesas obviamente, ficarei muito feliz! Quanto ao teu post e aos protagonistas, só posso dizer-vos que são todos Belos e Emocionantes, merecedores da minha admiração.

Um dia um amigo disse-me que ia encher-se de coragem e acabar com a vida...ao que lhe respondi que realmente é preciso coragem para pôr fim ao nosso bem mais precioso, mas que é preciso uma coragem muito maior para vencer as adversidades e ir cuidando a vida como se cuida uma flor delicada, com carinho, cuidado e dádiva, ainda que um dia uma tempestade a possa destruir...cada dia que a flor viver, contagiará tudo e todos com a sua beleza, aroma e persistência, apesar de toda a fragilidade face ao poder de destruição que a rodeia.

Com a Marisa será igual: ela vencerá e embelezará as nossas vidas! Ainda por cima tem a felicidade de ter dois anjinhos da guarda jardineiros:tu e a professora!

Um bj e Obrigada por existires!

Eu é que agradeço, por ter o previlégio de ser visitado por pessoas assim, neste meu canto.

Obrigado a todas/os, um beijo e um abraço carregado de emoção.

14 janeiro, 2007

O que realmente importa na vida

Assim é, tomei a liberdade de aqui dar conta de um facto, espero que a pessoa em causa não me leve a mal, mas acho que não, ela compreenderá a razão desta minha vontade.
Não o faço para lhe agradar, nem para lhe engordar o ego, pois a pessoa em causa não precisa disso, é apenas para sublinhar o que realmente importa.

A Marisa, é uma criança/adolescente, oriunda de uma família muito carenciada, onde tudo falta, até os afectos, tão essenciais ao desenvolvimento e à construção da personalidade de uma criança.

A professora Maria José, tem um carinho muito especial pela Marisa, e faz questão de a orientar para a vida, não lhe ensina apenas a matéria curricular, mas dá-lhe afecto e procura ajudar a Marisa a encontrar um caminho, ajuda-a a perceber, que não tem de se resignar ás contrariedades que a vida lhe deparou, incentiva-a a acreditar nela própria, e diz-lhe que ela é capaz de vencer essas contrariedades.

A Marisa faz anos nos próximos dias, e professora Maria José, contactou-me no sentido de eu lhe enviar, o meu livro “juntando as letras”, com uma dedicatória à Marisa, pois a professora quer oferecê-lo à Marisa, no dia do seu aniversário.

Acreditem, que para mim a Marisa, por todas as razões e mais algumas, vai ser a minha leitora mais especial, que me perdoem todos quantos já me deram a honra de me ler, e os que ainda me irão ler, mas só eu sei o que isto significa para mim, por mais páginas que escreva, nunca conseguiria defini-lo.

Para a Marisa, os meus votos de uma vida mais feliz no futuro, que sonhe, que acredite que é possível, que certamente irá surpreender muita gente, incluindo ela mesma, que nos momentos mais amargos, ela se transforme numa gaivota e voe, até onde os sonhos dela a quiserem levar. Beijinhos Marisa.

Para a professora Maria José, o meu bem-haja, um abraço do tamanho dos sonhos de uma criança.

Desejo a todos uma fantástica semana.

10 janeiro, 2007

(fotografia chuvamiuda)
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bem que precisavamos de menos, se não quiséssemos ter tanto. na ilusão ignoramos o dia em que passamos a ter nada. dizem que um dia voltamos. não sei. mas haverá um dia sítio para voltar? também não sei.

antóniopaiva


09 janeiro, 2007

(fotografias chuvamiuda, hoje 07:30 da manhã)
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querer ou resignar. na primeira arregaçar as mangas. na segunda basta cruzar os braços.

antónio paiva

08 janeiro, 2007

(fotografia chuvamiuda)
(clicar na imagem)

encontrar a frase perfeita no saber dos silêncios acumulados. ou renascer feito rebento, filho de uma existência inquietante. que tanto incomoda quem insiste em mutilar vontades. nada mais redutor que a convicção da existência perfeita e do saber irrepreensível.
antónio paiva
Boa semana a todos

05 janeiro, 2007

(fotografia chuvamiuda)
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na vida, tal como no chapéu do mágico, cabem todas as coisas

antónio paiva

04 janeiro, 2007

é!

Por aqui demos três dias para ver como paravam as modas, mas lamentávelmente de novo só o Ano.
O governantes uns mais que outros são velhos.
A esquerda a cair de madura, mas a fazer de conta que não.
A direita desnorteada à procura da boia de salvação
O centro? Costuma dizer-se que no meio está a virtude.
E a virtude? Onde raio pára a virtude?
Bem sabemos que ainda é cêdo, mas por este caminho não vamos lá.
Não, não vamos!
Penso que todos nós, já uma ou outra vez ouvimos dizer, que quando o barco se está a afundar não adianta esbracejar, a solução é retirar a água que entra e manter o equilibrio, para que o barco continue a flutuar.
Ou então, resta-nos a postura dos ratos, que ao menor sinal de perigo, são os primeiros a saltar borda fora.
O nosso muito obrigado.

01 janeiro, 2007

Bem Vindos a 2007

fotografias chuvamiuda
(vamos lá a "cricar" nas imagens)
BOM ANO A TODAS/OS.