25 fevereiro, 2010

excerto

o vento uiva lá fora incessantemente dando voz aos sonhos em ruína por todo o universo. qual síntese da minha vida às avessas, nirvana da minha alma. a minha angústia clandestina que não me é permitido confessar publicamente – coisa de frouxos – segundo a lei social vigente. só eles; os frouxos, é que podem ter o descaramento e a fraqueza, de coexistir com a sensibilidade. e podem, por já estarem condenados a pena perpétua. o ceptro da aparência é soberano e impiedoso, brutal e indiferente. não podemos ser em público o que somos no refúgio da alma, porque a ambição odeia contacto da alma com a vida.
ardem-me os olhos, arde-me o corpo desde onde começa até onde termina, nas extremidades o ardor é mais agudo. e quanto mais a minha vida se dilata, mais avultam os defeitos. coisas da fraqueza e desatenção, a tragédia singular da banalidade de uma vida comum. os sonhos intrometem-se na vida e a vida priva-nos deles. só os que têm a coragem de enfrentar o julgamento e cumprir a pena, são capazes de sonhar verdadeiramente, porque acreditam no que sonham, e acreditar no que se sonha, é acreditar que se pode ser feliz.

24 fevereiro, 2010

Tragédia na Madeira

As palavras contam, mas não são suficientes!


DONATIVOS

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- Conta Banif Solidariedade Com as Vítimas da Madeira, NIB: 0038 0040 50070070771 11

- Conta “Solidariedade BBVA – Colabore com a Madeira” NIB: 0019.0001.00200181689.15

- Conta "BES Madeira Solidário", com o NIB: 000700000083428293623

- Conta Santander Totta "Solidariedade com a Madeira": NIB 001800032271378802021

- Solidariedade BBVA "Colabore com a Madeira": NIB 001900010020018168915

- Millennium BCP "Vítimas do Temporal da Madeira": NIB 003300000025125124405

- Barclays "Conta Madeira", 003204700020325226041

18 fevereiro, 2010

no avesso de mim





no avesso de mim narro a angústia, desmonto a insónia. há uma distância surda entre os lábios, uma muralha feita de espera, um silêncio imponderável e agudo que me perfura os tímpanos. olhos marejados de sal sob o véu da ausência. uma fome insuportável de escorrer pelos teus contornos e gritar até ficar rouco. há uma ferida aberta que me consome, dorme, dorme, dorme. já fui abelha em cópula colhendo mel do teu estame. e tu auréola resplandecente em chamas.