27 agosto, 2006

teimosamente resistindo

Na verdade a teimosia de dar sentido à confusão com que somos envolvidos no dia a dia, chega a ser exasperante.
Gestos como o de ligar o rádio na estação preferida, pegar num livro cujo conteúdo nos pode ajudar a resistir, às agressões selváticas que nos lançam a torto e direito, são exercícios de uma tentativa desesperada, por manter a lucidez.
Respirar e cultivar a individualidade, é cada vez mais complicado, naturalmente que o colectivo é extremamente importante, mas o colectivo é constituído pelo conjunto dos indivíduos, mas uma coisa é certa, sem que o indivíduo esteja são não há colectivo saudável.
A persistente intenção de uns quantos iluminados, nos quererem impingir o que devemos ser, a imagem que devemos ter, querendo a qualquer preço eliminar-nos enquanto seres pensantes e com vontade própria, para uns é revoltante, mas para outros é aliciante, pois assim não têm de se responsabilizar por coisa nenhuma, existem ao sabor da corrente, para onde ela os empurrar eles vão.
Desertificar o pensamento de uma sociedade, está revelar-se tão fácil como desertificar um país, assim sendo tudo vira pasto para chamas, ardem as árvores os pastos a paisagem vira terra queimada, da mesma forma arde e fica reduzida a cinzas a vontade de cada um e o colectivo vira poeira.
Pessimismo dirão uns, frustração dirão outros, pois talvez, na verdade há e sempre haverá voluntários, prontinhos para se alistarem no exército nacional da desertificação, seja ela geográfica ou emocional, ou ainda da vontade de cada um.
Vamos sendo alegremente empurrados para o litoral, quer do país quer das ideias, assim ficamos na beirinha, o interior do país vira deserto pronto a arder, o mesmo acontece ao nosso interior.

Mas estando nós na babuje, torna-se mais fácil o afogamento colectivo, evitando-se assim o inconveniente e as despesas no transporte.

Bem por hoje não maçamos mais, bom resto de Domingo a todos e uma excelente semana a todos.
O nosso muito obrigado.

18 agosto, 2006

publicação do livro juntando as letras




Conforme tinha prometido, anuncio a publicação do meu livro deixando as imagens da capa e contracapa, bem como da cinta que o envolve indicando que na compra de cada livro 1.50€ reverte a favor das ALDEIAS DE CRIANÇAS SOS.
O livro pode ser adquirido nas seguintes livrarias:
Livraria Leitura, no Porto, Rua de Ceuta, nº 88, telefone 222 076 200.
Livraria Buchholz, Lisboa, Rua Duque de Palmela, nº 4, telefone 213 170 580
Também pode ser adquirido para a Editora através do endereço: ecopy@macalfa.pt
Qualquer assunto podem contactar-me através do e-mail: coisas-do-burro@hotmail.com
Os meus sinceros agradecimentos, e um excelente fim-de-semana, a todos.

07 agosto, 2006

espreitadela do burro

É Verão, a vida continua e os disparates também, o deserto de vontades alastra, a aridez humana é cada vez mais evidente.
Naturalmente que é sempre mais fácil, fazer juízos de valor sobre o comportamento dos outros, que sobre o nosso.
Para as nossas atitudes há sempre uma razão válida, para as dos outros, é sempre uma questão de má vontade e coisas do género.
Nada melhor para exorcizar os nossos demónios, que apontar os pecadilhos dos outros.
A diferença entre aquilo que normalmente advogamos, e o que fazemos na prática é grande, mas precisamos de estar sempre na primeira fila, a apontar o dedo.
À primeira leitura, até parece que este texto apela ao imobilismo, censura o direito de opinião, mas de facto não é disso que se trata, trata-se isso sim de um apelo à lucidez, à coerência, o mais possível.
Na realidade somos apenas seres humanos, com todas a virtudes e defeitos, que possuímos enquanto tal.
O ideal, era que cada um de nós procurasse estimular, o que há de melhor no outro, mas infelizmente na maioria dos casos, procuramos espicaçar o que há de menos bom, para termos sempre matéria prima, para alimentar o nosso secreto desejo de juízes incansáveis.
Assim sendo, o calor do sol e as bebidas frescas, até nos sabem melhor à sombra de uma conversa, numa mesa composta por um colectivo, de legisladores da coisa humana.
Mas é Verão, isso também não importa muito pois não, então seja, bom bronze, bons mergulhos e boa semana.
O nosso muito obrigado