apneia humana
esta apneia humana que faz de mim pedra submersa,
às vezes fóssil; crosta calcinada, matriz atroz.
há um óbelo em forma de vespa assinalando as falhas;
uma teia de intempéries a aprisionar-me a boca.
um fluxo sinistro de membranas em elipse;
a estrangular o ventre desta lua de silêncios.
nas casas sonhos arcaicos transcritos prescritos;
silêncios engomados naftalina e bolor salivado.
asfalto sede ruptura caverna muro;
veios traços arestas bocejos e bocas sem beijos.
sexo agudo que sobra da amargura;
há uma luz cega nesta imensa bruma de apneias