Dito por quem sabe e sente
Vanessa Fernandes acusa atletas de desconhecerem o significado de alta competição
A vice-campeã olímpica de triatlo Vanessa Fernandes considerou hoje que há atletas portugueses que ...
A vice-campeã olímpica de triatlo Vanessa Fernandes considerou hoje que há atletas portugueses que desconhecem o significado de viver em desporto de alta competição, como em Pequim'2008. "A alta competição não é brincadeira nenhuma. Não é fazer meia dúzia de provas, andar a receber uma bolsa e está feito. Muitos não vêem bem a realidade das coisas. Não têm a noção do que isto significa. Se calhar por termos facilidades a mais", criticou. Quando vários elementos da Missão de Portugal nos Jogos Olímpicos têm dado as mais diversas e originais desculpas para o falhanço desportivo, a medalha de prata faz questão de se distanciar de alguns comportamentos. "Nunca na vida vinha para aqui para viajar e ver os Jogos. Para isso não vinha. O meu pensamento nunca foi assim", vincou, defendendo, em tom de brincadeira, que no fim dos Jogos Olímpicos se deveria fazer a avaliação a cada atleta. As declarações de Vanessa Fernandes surgem no mesmo dia em que o presidente do COP, Vicente Moura, pediu "profissionalismo e brio" aos atletas. A atleta do Benfica citou exemplos de falta de ambição: "É que há pessoas a quem lhes é igual ficar em 50º ou 20º ou o que quer que seja. Nunca pensaria assim. Até ficava desiludida se pensasse dessa maneira. Os resultados é que me dão ambição para fazer melhor para a próxima. E nunca estou satisfeita". Vanessa Fernandes diz que muitos não entendem o que é a alta competição: "É como um trabalho. Tem de ser feito. Devemos trabalhar para o que fazemos, no meu caso o triatlo. Há dificuldades em Portugal em entender isso". "Na alta competição deve haver objectivos concretos, pessoas em quem confiar a 100 por cento e nunca fazer as coisas só por si próprias. Ter sempre uma boa equipa, saber o que se quer, onde se está e o que significa alta competição", reforçou. A vice-campeã olímpica considera que às vezes não há pressão suficiente sobre os atletas no sentido de os fazerem perceber a realidade, "o que é pena, pois temos muitos talentos". "No atletismo, natação... o Tiago Venâncio, para mim, podia ser um grande atleta. Mas não há uma estrutura fixa nestes sectores, é tudo à balda, o que é pena", exemplificou. Do lado oposto, destacou o "trabalho e procura dos limites" no quotidiano de atletas da estirpe de Naide Gomes e Nelson Évora. Vanessa Fernandes considera mesmo que os actuais atletas são "privilegiados" e falou do seu caso, onde conseguiu tudo o que queria em termos de descanso, alimentação, treinadores, equipa de treino e apoio da família e amigos: "Que mais posso querer?". "Nos tempos do meu pai (Venceslau Fernandes, vencedor da Volta a Portugal em bicicleta em 1984) poucos eram capazes de competir assim. Era trabalhar para ganhar dinheiro e treinar por gosto. Admiro-o por tudo o que conseguiu como desportista, pois na altura não havia condições", disse. Esse é um dos motivos pelos quais também dedica a medalha ao pai: "É uma homenagem ao trabalho que fez, ao que competiu e às dificuldades que passou. Tudo o que conseguiu e me deu. Agora retribuo com esta medalha".
A vice-campeã olímpica de triatlo Vanessa Fernandes considerou hoje que há atletas portugueses que ...
A vice-campeã olímpica de triatlo Vanessa Fernandes considerou hoje que há atletas portugueses que desconhecem o significado de viver em desporto de alta competição, como em Pequim'2008. "A alta competição não é brincadeira nenhuma. Não é fazer meia dúzia de provas, andar a receber uma bolsa e está feito. Muitos não vêem bem a realidade das coisas. Não têm a noção do que isto significa. Se calhar por termos facilidades a mais", criticou. Quando vários elementos da Missão de Portugal nos Jogos Olímpicos têm dado as mais diversas e originais desculpas para o falhanço desportivo, a medalha de prata faz questão de se distanciar de alguns comportamentos. "Nunca na vida vinha para aqui para viajar e ver os Jogos. Para isso não vinha. O meu pensamento nunca foi assim", vincou, defendendo, em tom de brincadeira, que no fim dos Jogos Olímpicos se deveria fazer a avaliação a cada atleta. As declarações de Vanessa Fernandes surgem no mesmo dia em que o presidente do COP, Vicente Moura, pediu "profissionalismo e brio" aos atletas. A atleta do Benfica citou exemplos de falta de ambição: "É que há pessoas a quem lhes é igual ficar em 50º ou 20º ou o que quer que seja. Nunca pensaria assim. Até ficava desiludida se pensasse dessa maneira. Os resultados é que me dão ambição para fazer melhor para a próxima. E nunca estou satisfeita". Vanessa Fernandes diz que muitos não entendem o que é a alta competição: "É como um trabalho. Tem de ser feito. Devemos trabalhar para o que fazemos, no meu caso o triatlo. Há dificuldades em Portugal em entender isso". "Na alta competição deve haver objectivos concretos, pessoas em quem confiar a 100 por cento e nunca fazer as coisas só por si próprias. Ter sempre uma boa equipa, saber o que se quer, onde se está e o que significa alta competição", reforçou. A vice-campeã olímpica considera que às vezes não há pressão suficiente sobre os atletas no sentido de os fazerem perceber a realidade, "o que é pena, pois temos muitos talentos". "No atletismo, natação... o Tiago Venâncio, para mim, podia ser um grande atleta. Mas não há uma estrutura fixa nestes sectores, é tudo à balda, o que é pena", exemplificou. Do lado oposto, destacou o "trabalho e procura dos limites" no quotidiano de atletas da estirpe de Naide Gomes e Nelson Évora. Vanessa Fernandes considera mesmo que os actuais atletas são "privilegiados" e falou do seu caso, onde conseguiu tudo o que queria em termos de descanso, alimentação, treinadores, equipa de treino e apoio da família e amigos: "Que mais posso querer?". "Nos tempos do meu pai (Venceslau Fernandes, vencedor da Volta a Portugal em bicicleta em 1984) poucos eram capazes de competir assim. Era trabalhar para ganhar dinheiro e treinar por gosto. Admiro-o por tudo o que conseguiu como desportista, pois na altura não havia condições", disse. Esse é um dos motivos pelos quais também dedica a medalha ao pai: "É uma homenagem ao trabalho que fez, ao que competiu e às dificuldades que passou. Tudo o que conseguiu e me deu. Agora retribuo com esta medalha".
Depois deste desabafo feito por uma campeã da humildade, nada mais haverá para dizer.
Imagem e texto retirados daqui.
2 comentários:
Ficaram os recados.
Para quem os quiser entender....
Beijos
Pena é que muitos não entendem português
Obrigada António
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