27 setembro, 2010

quem lhe desse uma pancadinha carinhosa no toutiço

dói-me o meu próprio embaraço, sempre que apalpo o meu desconforto intuitivo. a maior parte do tempo apetece-me encerrar; antes que esvazie a destempo as minhas prateleiras da lucidez. embora não duvide que ainda estou lúcido e capaz de enfrentar toda e qualquer coisa em forma de gente e, apesar de em tempos um ignóbil habitante de Jericó, se ter deslocado à beira do rio com o firme propósito de me surrar até à medula dos ossos, a verdade é que todo ele se me parece doente de morte. tomba e rola, tomba e rola; desmorona!, apresenta sinais de musgo, fungos e, onde outrora já exibiu penachos, surgem um pouco por todo ele crostas de pura demência. quem lhe desse uma pancadinha carinhosa no toutiço, repito; carinhosa, que não sou fã de violência, nem quero que a vã criatura afanique aparatosamente. desejo-lhe acima de tudo uma comoção com estilo e a gosto. e, que; quando chegar a sua hora, venha o anjinho da carroça nocturna e o leve em bem…

1 comentário:

Um Poema disse...

....

Amigo,

Também não sou fã da violência, mas confesso que, ultimamente, sinto ganas, muitas vezes, de atropelar esses princípios.

Um abraço