teimosamente resistindo

Gestos como o de ligar o rádio na estação preferida, pegar num livro cujo conteúdo nos pode ajudar a resistir, às agressões selváticas que nos lançam a torto e direito, são exercícios de uma tentativa desesperada, por manter a lucidez.
Respirar e cultivar a individualidade, é cada vez mais complicado, naturalmente que o colectivo é extremamente importante, mas o colectivo é constituído pelo conjunto dos indivíduos, mas uma coisa é certa, sem que o indivíduo esteja são não há colectivo saudável.
A persistente intenção de uns quantos iluminados, nos quererem impingir o que devemos ser, a imagem que devemos ter, querendo a qualquer preço eliminar-nos enquanto seres pensantes e com vontade própria, para uns é revoltante, mas para outros é aliciante, pois assim não têm de se responsabilizar por coisa nenhuma, existem ao sabor da corrente, para onde ela os empurrar eles vão.
Desertificar o pensamento de uma sociedade, está revelar-se tão fácil como desertificar um país, assim sendo tudo vira pasto para chamas, ardem as árvores os pastos a paisagem vira terra queimada, da mesma forma arde e fica reduzida a cinzas a vontade de cada um e o colectivo vira poeira.
Pessimismo dirão uns, frustração dirão outros, pois talvez, na verdade há e sempre haverá voluntários, prontinhos para se alistarem no exército nacional da desertificação, seja ela geográfica ou emocional, ou ainda da vontade de cada um.
Vamos sendo alegremente empurrados para o litoral, quer do país quer das ideias, assim ficamos na beirinha, o interior do país vira deserto pronto a arder, o mesmo acontece ao nosso interior.
Mas estando nós na babuje, torna-se mais fácil o afogamento colectivo, evitando-se assim o inconveniente e as despesas no transporte.
Bem por hoje não maçamos mais, bom resto de Domingo a todos e uma excelente semana a todos.
O nosso muito obrigado.