01 novembro, 2012

um país finado(s)


Um (des)orçamento aprovado na generalidade na véspera do dia de finados - um feriado finado – pela maioria finada de que tem ao colo um (des)governo finado. Com sua santidade D. Aníbal – calado – obviamente também (con)finado à sua religião adorada – o silêncio tabu – ou a cobardia mal-educada de mastigar bolo-rei.

O cê e o guê, apostados em castigar este povo piegas e mandrião, que só pensa em educação e saúde de graça, que tem a ousadia de exigir as reformas para que descontou a vida inteira. É notório e visível a olho despido, quer no cê quer no guê, aquele semblante carregado de asco ira desprezo e ódio – ah povo malandro avezado a costumes crenças direitos e feriados! - está lá tudo, naquela cólera de lixo.

Somos (des)governados por um bando de púrrias. Que se riem despudoradamente tal e qual coveiros estúpidos enquanto nos enterram vivos no parlamento, nos gabinetes e nos banquetes.

E tu povo? Estás encostado à parede que nem musgo. Vais acabar por esquecer o caminho para a escola. Vais adoecer e morrer a caldos de galinha. Vais resignar-te a ser pobre e humilde como a terra que trabalhas, fazendo renascer a profecia do botas? Estás à espera que a Bandeira ganhe unhas para não lascares as tuas? Uma espécie de troncos com olhos mas sem cabeça. Floresta a definhar, homens-árvores de onde só cai noite. Sono. Sono. Sono. Sono. Sono. A dormir. A dormir. A dormir em enxergas de névoa.

Sem comentários: