um país finado(s)
Um (des)orçamento aprovado na
generalidade na véspera do dia de finados - um feriado finado – pela maioria
finada de que tem ao colo um (des)governo finado. Com sua santidade D. Aníbal –
calado – obviamente também (con)finado à sua religião adorada – o silêncio tabu
– ou a cobardia mal-educada de mastigar bolo-rei.
O cê e o guê, apostados em
castigar este povo piegas e mandrião, que só pensa em educação e saúde de
graça, que tem a ousadia de exigir as reformas para que descontou a vida
inteira. É notório e visível a olho despido, quer no cê quer no guê, aquele
semblante carregado de asco ira desprezo e ódio – ah povo malandro avezado a
costumes crenças direitos e feriados! - está lá tudo, naquela cólera de lixo.
Somos (des)governados por um
bando de púrrias. Que se riem despudoradamente tal e qual coveiros estúpidos
enquanto nos enterram vivos no parlamento, nos gabinetes e nos banquetes.
E tu povo? Estás encostado à
parede que nem musgo. Vais acabar por esquecer o caminho para a escola. Vais
adoecer e morrer a caldos de galinha. Vais resignar-te a ser pobre e humilde
como a terra que trabalhas, fazendo renascer a profecia do botas? Estás à
espera que a Bandeira ganhe unhas para não lascares as tuas? Uma espécie de
troncos com olhos mas sem cabeça. Floresta a definhar, homens-árvores de onde só
cai noite. Sono. Sono. Sono. Sono. Sono. A dormir. A dormir. A dormir em enxergas
de névoa.
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