continuo com esta necessidade de dizer
se pinassem menos
podíamos comer melhor; assim pensava o filho mais velho de uma família numerosa
– todos sentados à mesa entretidos no jogo de pescar pequenos farrapos de couve
que nadavam no prato de caldo aguado – a irmã do meio celebra contratos de dez
minutos, um quarto de hora ou meia hora para poder ir à pastelaria adocicar a
existência. e chove; chove copiosamente, não há lugar onde mais chova que na
pobreza. e chove; chove copiosamente, perdoem-me o que por vergonha omito, quer
na dureza, quer na linguagem, porque na verdade, entre outras coisas, o que eu
queria mesmo escrever, era: se fodessem menos…, era; era tanta coisa, lá isso
era…
1 comentário:
Que nunca te cales. Nem traves a língua...
Beijo.
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