15 novembro, 2011

continuo com esta necessidade de dizer


se pinassem menos podíamos comer melhor; assim pensava o filho mais velho de uma família numerosa – todos sentados à mesa entretidos no jogo de pescar pequenos farrapos de couve que nadavam no prato de caldo aguado – a irmã do meio celebra contratos de dez minutos, um quarto de hora ou meia hora para poder ir à pastelaria adocicar a existência. e chove; chove copiosamente, não há lugar onde mais chova que na pobreza. e chove; chove copiosamente, perdoem-me o que por vergonha omito, quer na dureza, quer na linguagem, porque na verdade, entre outras coisas, o que eu queria mesmo escrever, era: se fodessem menos…, era; era tanta coisa, lá isso era…

1 comentário:

Maria disse...

Que nunca te cales. Nem traves a língua...

Beijo.