o regresso da comadre Balbina
Balbina mulher do campo, dona de um proeminente buço, mas muito lavadinha com a graça de Deus, tem andado muito recatada, tirando uma ou outra escapadela no palheiro, com o compadre Vesgo. Um respeitado proprietário de terras, de face corada e farta barriguinha e estrutura socada, arrasta um pouco a perna esquerda, mas rijo que nem um pêro.
Voltando à comadre Balbina, mulher de poucas letras, mas conhecedora como ninguém, daquilo que a vida ensina, habituada a pegar a dureza da mesma pelos cornos, tem andado bastante inquieta nos últimos tempos, tem andado tudo muito biológico, tudo muito científico, tudo muito beato, tudo muito consciente.
A televisão lá de casa, tem sido constantemente invadida, por umas quantas "flausinas", umas de cabeção mais armado que chapéu de praia, outras umas "delambiditas, com voz esganiçada, sim não, sim não, mas todas com uma coisa em comum, são muito dadas à caridadezinha, umas já fundaram muitas coisas em prol da sociedade carenciada, outras já fundiram outras tantas.
E então o que dizer de uns gabirus bem falantes, a comadre Balbina, nem sabe de onde vem tanta gente bem, tirando os cromos do costume, que todos conhecemos, nestas alturas nascem como cogumelos, sabe-se lá vindos de onde, e o que eles sabem, ou melhor julgam saber, só não dá vontade de rir, porque eles e elas brincam com assuntos muito sérios.
A comadre Balbina, não consegue conter uma gargalhada, quando são apresentados alguns desses iluminados, com a designação de politólogos, que nome mais patusco, ela acha graça e pronto, está no seu direito.
Às vezes dá-lhe vontade de chorar, um choro verdadeiro, em frente daquelas dúzias de patetas estonteados com aqueles monólogos de sofrimento filosófico, sim porque disparates balbuciados com ar sério, até se assemelham a verdades, pelo menos para eles.
Ai se ao menos fosse Carnaval, pensa ela, a coisa até que se enquadrava, era distribui-los/as, por uns quantos carros alegóricos e a coisa estava feita.
Após uma noite de palhaçadas, servidas a preceito, que nem o gato fedorento, nem o hora h, seriam capazes de fazer melhor.
O resultado da contenda está apurado, haverão ainda algumas escaramuças, mas nada que se compare às "xincalhices", que antecederam o dia 11 de Fevereiro.
Já é mais que hora de tratar do que realmente importa, mas como o Carnaval vem aí e do que o nosso povo gosta é festa, parece que não, parece que vamos continuar à espera do regresso de D. Sebastião, que pelos vistos ainda acreditamos que volta.
Boa semana a todos.
11 comentários:
Bom dia Amigo..., peço desculpas pela ausência, mas estive fora e não tive oportunidade de por cá passar.
...e, sabes?...identifico-me com a comadre Balbina...completamente...!!!
Um grande beijinho
Uma excelente semana ( a minha avizinha-se turbulenta, no mar alto com tubarões...é a proximidade do dia 15...hehe!!!)
E desejo, que o teu livro venda muitos exemplares.
".....
Já é mais que hora de tratar do que realmente importa, mas como o Carnaval vem aí e do que o nosso povo gosta é festa, parece que não, parece que vamos continuar à espera do regresso de D. Sebastião, que pelos vistos ainda acreditamos que volta....."
Mais uma vez e ... infelizmente ... tens toda a razão.
boa semana
bjs
A maior prova da inegável inteligência do D. Sebastião é o facto de ele nunca ter regressado.
Fica bem,
Miguel
A comadre Balbina exerceu o seu dever cívico? :P
:-)
Bj doce
Caro amigo,
Crédula sou eu e já não acredito no Dom Sebastião.
Mas que a comadre Balbina tem razões, ah, pois tem...
Abraço.
A comadre Balbina pelo que contas é uma verdadeira sábia!
Transmite-lhe os meus cumprimentos.
bjs
Completamente de acordo, é o contínuo jogo do faz de conta, boa semana.
Parte da minha pele pode muito bem ser da comadre Balbina...
Pois é, mas este D. sebastião terá que vir e regulamentar o que falta... quer ele queira quer não...
Boa semana pra ti
D Sebastião está aí ao virar da esquina... o pior é que há vários!...
Mas, ao que diz o meu amigo "Manel Seco": - Pode crer que volta!...
Um dia ele volta!
Um abraço
... ai ai ai a Balbina canta de "galo"!? tem lá o compadre Vesgo para "tapar" qualquer precalço...
diz à Balbina que tudo na vida tem um pouco de insistência, um pouco de persistência, um pouco de paciência
enquanto as "flausinas" da cidade andam a fazer o que têm que fazer, do mal o menos!
pior, pior são os seres amorfos... de qualquer forma a Balbina que desligue o "botão" quando falarem os políticos, que é o que eu faço!!!
ahahah
Enviar um comentário