06 maio, 2007

a verdade cruel das palavras

















(fotografia antónio paiva)


quando penso!?
quando pensamos….!?
mas isto já não é pensar
não passa de poeira das palavras
resíduos existenciais

o esforço da composição mental
das crónicas dos nossos dias amarelados
onde pára a lucidez extraordinária?


o querer romper as densas cortinas
véus impiedosos entre nós e o mundo
a vontade de querer suavizar as crueldades e as arestas
sim! onde pára tudo isso?

quando deixaremos de acordar
e ao olhar ao espelho a nossa pele
vai deixar de parecer um pálido conjunto de poros

ah! já sei!
nada disto é verdade
sou eu que estou num daqueles dias impiedosos
agora pego no sabonete colorido e vingo-me
escrevo no espelho:
a morte não existe!



antónio paiva


Boa semana a todos/as.

16 comentários:

foryou disse...

Existe... mas há coisas melhores em que pensar...

Um grande beijo para ti

Unknown disse...

como eu me sinto hoje ...
Beijinhos e esta triste mas lindo

Bia disse...

Não... tudo isso é verdade, mas há dias em que se sente mais na "pele", as palavras não são crueis, as palavras apenas traduzem o nosso pensamento no momento em que nos encontramos, há dias e dias...
Amanhã é outro e a morte existe, mas para se pensar nela resta-nos a consolação de que estamos VIVOS.
Uma boa semana para ti e amanhã quando olhares ao espelho vais ver apenas um homem, que escreve bem que se farta e que tem muitos amigos de certeza.
Amanhã a temperatura vai subir e vai estar um dia Lindo.
Não te "conheço" mas quero que saibas que gosto muito de cada pedacinho que escreves.
Um Beijo e uma semana cheia de sol no teu coração.

Maria disse...

Empresta-me esse sabonete colorido...

Boa semana para ti

un dress disse...

é verdade antónio!

obrigada pelo sabonete.


(vou aprendendo os malefícios do banho. do banho que não quero tomar...)


bOa NOite que nOs valha:

os lençóis. o cobertor...

rascunhos disse...

bom dia amigo

devemos "lutar" para afastar de nós esses momentos.Nem sempre é fácil, mas espero que tenhas contigo esse magnifico sabonete colorido...

beijinho e boa semana p ti tb

Isabel Filipe disse...

... não sei porquê fiquei com pele de galinha ao ler estas tuas palavras ...


boa semana
bjs

poetaeusou . . . disse...

*
sim! onde pára tudo isso?
*
abç
*

isabel disse...

Hoje está um dia solarengo...
Da-lhe cor!

Boa semana
Beijinhos

kurika disse...

...as vezes, é mesmo isso...

...após o uso do sabonete colorido, cheira a "sardinheira" que fotografaste...e olha em direcção do aroma que a flor emana...

...amanhã é outro dia!!!

Um beijinho

soslayo disse...

antónio paiva:

Para os que deixam obra feita a morte não existe. São imortais. Um abraço.

Post Scriptum: como o sabonete era às cores, qual foi a cor que predominou na escrita espelhada?

Lia disse...

Não existe não... e acredito nisso...

Um beijo

Lia disse...

Não percebi

Luna disse...

quantos de nós estamos vivos, e não nos apercebemos que caminhamos mortos
ji

Miguel disse...

Esse é o espírito!
A ideia é procurar sempre "sabonetes coloridos" onde quer que eles estejam.

Ana disse...

Queria acreditar que a morte não existe.
Escrito no espelho, pela mão dum poeta, transforma-se em algo credível.
E na pele, quando se lê algo tão sentido, passa um arrepio.