
Retomamos aqui, um velho hábito desta pastagem, que por razões diversas, agora o praticamos menos vezes, existe aliás um conflito interno na direcção da Pastagem, o Burro-Mor, bem que reclama, mas eu também tenho as minhas vontades, lá nos vamos entendendo, conforme sabemos e podemos.
Toda esta cantiga, para deitarmos “faladura “ a respeito de Estado, é frequente ouvirmos falar de Estado e do Estado, como se nada tivéssemos a ver com isso.
É engraçado, embora sem graça nenhuma, ouvirmos personagens com acesso quase diário à comunicação social, falar de Estado e do Estado, como se nada tivessem com isso, curioso, é que quase todos eles já exerceram funções relevantes no Estado e de Estado.
Na verdade, o Estado, somos todos nós, na verdade todos nós de uma forma ou de outra, constantemente nos demitimos de obrigações para com o Estado, ou seja demitimo-nos de obrigações para connosco próprios e para com os outros.
Demitimo-nos sempre que podemos de pagar impostos, obrigando por isso os outros a ficarem sobrecarregados com eles, demitimo-nos de trabalhar, metendo baixas fraudulentas, obrigando os outros a trabalhar mais para suprimir as nossas faltas, claro está com a conivência da classe médica, que também se demite de cumprir as suas obrigações decentemente (em tempos tínhamos aqui uma ou outra visita de profissionais dessa classe, mas por causa de algumas “postas” aqui na pastagem desapareceram, não sabemos se ainda recebemos algumas, mas como são visitas de médico, nem damos por elas, :) somos mauzinhos, sabemos disso). Os detentores de altos cargos do Estado, demitem-se de trabalhar, devido à sua preocupação com a marca e modelo do carro de serviço, e o limite do cartão de crédito que lhes é atribuído, claro que percebemos que com tantas preocupações, o tempo não dá para tudo. Se continuássemos aqui a relatar as demissões e omissões de cada um de nós, facilmente ultrapassaríamos o volume dos Lusíadas.
Pois, mas não se esqueçam que estamos a falar de Estado e do Estado. O Estado o que é?
Não! O Estado não é o Governo! O Governo também se governa à conta do Estado, demitindo-se de governar o Estado.
Alto lá!
Não venham já as corezinhas que de momento não são dominantes, dizer que sim e mais que também, que se estivessem a governar o Estado, fariam melhor, porque praticamente quase todas as cores já estiveram encarregues de governar o Estado, e o resultado sempre foi péssimo. Ou seja mudamos de moleiro, mas não mudamos de ladrão.
Algumas não estiveram lá, felizmente, basta olhar para um fulaninho do BE, que levantou uma providência cautelar a respeito do túnel do Marquês, e com isso conseguiu que aquilo custasse mais uns milhões, a pagar pelo Estado, ou seja a pagar por nós todos, porque afinal de contas, o Estado, somos Nós Todos!
E agora o fulaninho, ainda é candidato a mais um cargo de Estado, grande lata, é deitar-lhe Lisboa nas mãos, que ele aplicava uma providência cautelar à cidade inteira, e nem para trás nem para a frente (embora eu não seja lisboeta, mas também pago).
O que Nós Estado, precisamos é de aprender muito sobre Cidadania, sim é um palavrão, mas é a chave, para deixarmos de nos demitir para com nossas obrigações para com o Estado.
Eu tenho a mania que sou poeta, que escrevo umas coisas, e pior ainda tenho a mania que sou solidário, aliás sou um tipo carregado de manias. Tenho andado por aí, a divulgar uns livritos que escrevi, dos quais faço a doação, da quase totalidade dos direitos de autor (bem sei, que há quem pense que não). Quando nas apresentações dos mesmos, coloco em evidência as causas que pretendo ajudar, bem vejo alguns olhares desconfiados, (poucos mas vejo) do género a pensar; olha-me este esperto, pendura-se em instituições de solidariedade social, para vender os livritos e fazer umas massas.
Claro, pensamento típico, à portuguesa, e quase no final, raspam-se, porque não estão para sustentar “malandrecos” como eu.
Lá nos volta à ideia, a necessidade da aprendizagem, daquela coisa que tem por nome um palavrão; Cidadania.
Temos por hábito, aquele pensamento tão nosso; que pimenta no rabinho dos outros, para nós é refresco. Aqui D’el-Rei, quando a pimenta nos toca nos nossos rabinhos.
O futuro da Humanidade, está nas boas práticas de Cidadania e Solidariedade, e isto não é uma obrigação de governos nem de partidos políticos, é uma OBRIGAÇÃO NOSSA!
Doa a quem doer.
Dói, dói. Ai Burrinho, Tu és o meu Herói!
Bom, fim-de-semana a todas/os.