Conferência
A sala está vazia. As paredes pintadas de sombras. O ideal era que as memórias galgassem as falésias e se apoderassem do interior. O conferencista afirma: Convenhamos que a morte é o que há de mais repetitivo. A tal ponto que se torna insignificante. Nem sempre é fácil discernir a mentira da verdade. O medo é que a coloca em evidência.
- Não se ouviram aplausos, alguém tossiu.
Quando acenderam as luzes, era visível o desespero de todos em busca da sobrevivência.
- Dizem os especialistas que as palavras continuam a nascer nos campos, sendo essa a razão de eles serem verdes.
- Eu ainda estou por cá. Não, não é uma questão de tempo. É uma questão de circunstância. À beira das palavras, cada vez mais escassas. Percorro a serra, apanhando os troncos secos das giestas para acender o lume.
Vejam lá bem, que até já houve quem se atrevesse a escrever, que junto das falésias se pode encontrar o mar inteiro, pendurado nas palavras.
O moderador afirmou que não havia ligação entre uma coisa e outra.
- Nem sempre há. O que há, é uma voraz apetência para a lógica das coisas. Dessa forma tudo se torna mais fácil. Dizem.
- Não se ouviram aplausos, alguém tossiu.
Quando acenderam as luzes, era visível o desespero de todos em busca da sobrevivência.
- Dizem os especialistas que as palavras continuam a nascer nos campos, sendo essa a razão de eles serem verdes.
- Eu ainda estou por cá. Não, não é uma questão de tempo. É uma questão de circunstância. À beira das palavras, cada vez mais escassas. Percorro a serra, apanhando os troncos secos das giestas para acender o lume.
Vejam lá bem, que até já houve quem se atrevesse a escrever, que junto das falésias se pode encontrar o mar inteiro, pendurado nas palavras.
O moderador afirmou que não havia ligação entre uma coisa e outra.
- Nem sempre há. O que há, é uma voraz apetência para a lógica das coisas. Dessa forma tudo se torna mais fácil. Dizem.
antónio paiva
11 comentários:
Enquanto houver esses campos verdes as palavras hão-de brotar. Não importa onde.
O mar espera, ao fundo, para as banhar...
Beijinho
belíssimos textos abaiXo...
da lógica sim...
parece que facilita.
mas não. não me parece.
nada.
beijO
Li estes 3 últimos postes e de tão intimistas vou sair pensando neles..
"...dentro de mim às vezes também se está bem..."
Eu acrescento...
Muito bem
Beijos
BF
Ahh, que nunca temamos a morte e que os campos nunca deixem de ser verdes!
O que seria da vida (e da morte) sem as palavras?
Tão repetitivo quanto a morte é a vida, mas a beleza de ambas reside nas situações diferentes que ambas encontram para falar do ir e do retornar.
Bello, bello!
BeijUivooooooooooossssss da Loba
:) assim entendo melhor! (ou não...) :)
em prosa fica tudo mais fácil! (ou não...) :)
De uma forma ou de outra sabes que gosto sempre de te ler! (quando entendo e quando não...)
Sim, é da hora e do cansaço... mas tinha de te vir deixar um beijo :)
...eu acho que se pode encontar o mar inteiro junto das falésias...e pode ser azul ou verde ou negro, depende da cor das palavras ali penduradas...
Belo!!
Um beijinho
amigo o teu poste em baixo deixou-me sem palavras...
um excelente fim de semana e
beijinho grande
Eu sou dos que acredito que junto das falésias se pode encontrar o mar pendurado nas palavras, se não inteiro, pelo menos um mar imenso.
Bfs, abraço.
Encontro mar, giestas, lume, lareira, olhares, sonhos, aventuras, venturas - pendurados nas palavras.
É tão difícl viver numa lógica que não é nossa...
Fica bem,
Miguel
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