Memórias vivas
Mesmo que não haja Verão, haverá sempre a nostalgia, os meandros indizíveis de outros corações.
As dunas onde te deitas e me ofereces o teu corpo. Os espaços marinhos. A ternura em espasmos. Nada mudou desde o primeiro dia. Assim continuamente.
Aposto nestes momentos, todo o fulgor do tempo. O desejo cavalgando mar adentro. Sem limites. E já perto, muito perto, o clímax o êxtase. Vislumbro ainda horizontes maiores.
Amanheço, percorrendo os lugares do sonho. Espraio-me por inteiro nas confidências dos teus sussurros. Há o mistério que te suporta. O sorriso que te beija o olhar a toda a hora. Peito aberto, aceitas-me, tal como o parágrafo aceita a palavra certa.
Na melhor taça me serves o delicioso néctar que o teu corpo encerra. É tão mais fácil sentir, do que dizer ou descrever. Na pausa, passeio-me contigo, parece nada ter acontecido. As vagas vão e voltam. Entardece como de costume à mesma hora. O repouso. O cais. O pequeno barco preso pelas amarras. O vento do desejo faz inchar de novo as velas feitas dos nossos corpos.
Entre uma e outra vaga, fazemos amor de novo. Sacudimos os corpos, como se nos fossem estranhos. É a essência que procuramos. A mistura harmoniosa. Paira o silêncio. O bater dos corações dissolvido pela brisa. A subtil diferença de usar os corpos. Onde até o sofrimento parece sensual.
Memórias tão vivas como as marés. Olhos de água, a ternura sublime. Ondas de amor. Soluços de peitos magoados, sufocando o respirar. Teu corpo de mulher espreguiça ao vento.
A minha teimosia de encher as gavetas de nuvens. O conflito entre o meu corpo e a minha mente, leva-me a não acreditar em nenhum deles. Um escriba medíocre e péssimo amante. É o meu espólio. O meu cartão de visita.
Memórias tão vivas como as marés. A ilha pode ser o quarto. O desenhar o vértice da noite onde nos consumimos sós. Luar aquecido pelo choro. O calar-te pela emoção. Venerando a manhã criada no teu ventre. Dentro de ti é agora a minha morada.
Se já cometi o desaforo de afirmar que escrever poesia é fazer amor com as palavras. Devia ter a coragem para afirmar: Que fazer amor contigo é poesia.
As dunas onde te deitas e me ofereces o teu corpo. Os espaços marinhos. A ternura em espasmos. Nada mudou desde o primeiro dia. Assim continuamente.
Aposto nestes momentos, todo o fulgor do tempo. O desejo cavalgando mar adentro. Sem limites. E já perto, muito perto, o clímax o êxtase. Vislumbro ainda horizontes maiores.
Amanheço, percorrendo os lugares do sonho. Espraio-me por inteiro nas confidências dos teus sussurros. Há o mistério que te suporta. O sorriso que te beija o olhar a toda a hora. Peito aberto, aceitas-me, tal como o parágrafo aceita a palavra certa.
Na melhor taça me serves o delicioso néctar que o teu corpo encerra. É tão mais fácil sentir, do que dizer ou descrever. Na pausa, passeio-me contigo, parece nada ter acontecido. As vagas vão e voltam. Entardece como de costume à mesma hora. O repouso. O cais. O pequeno barco preso pelas amarras. O vento do desejo faz inchar de novo as velas feitas dos nossos corpos.
Entre uma e outra vaga, fazemos amor de novo. Sacudimos os corpos, como se nos fossem estranhos. É a essência que procuramos. A mistura harmoniosa. Paira o silêncio. O bater dos corações dissolvido pela brisa. A subtil diferença de usar os corpos. Onde até o sofrimento parece sensual.
Memórias tão vivas como as marés. Olhos de água, a ternura sublime. Ondas de amor. Soluços de peitos magoados, sufocando o respirar. Teu corpo de mulher espreguiça ao vento.
A minha teimosia de encher as gavetas de nuvens. O conflito entre o meu corpo e a minha mente, leva-me a não acreditar em nenhum deles. Um escriba medíocre e péssimo amante. É o meu espólio. O meu cartão de visita.
Memórias tão vivas como as marés. A ilha pode ser o quarto. O desenhar o vértice da noite onde nos consumimos sós. Luar aquecido pelo choro. O calar-te pela emoção. Venerando a manhã criada no teu ventre. Dentro de ti é agora a minha morada.
Se já cometi o desaforo de afirmar que escrever poesia é fazer amor com as palavras. Devia ter a coragem para afirmar: Que fazer amor contigo é poesia.
antónio paiva
17 comentários:
E não é?
Deixaste-me sem palavras. Ficaram todas aí dentro, no teu post....
Que bela escrita, a tua.....
Um abraço, e um beijo
Este é, para mim, o melhor texto que li da tua autoria. Gostei muito. Muitíssimo. Não só pela maneira como está escrito, mas pelas excelentes imagens que conseguiste. Não pode ser pura ficção. A pura ficção não atinge este nível. Há, decerto, uma musa inspiradora.
Beijinhos
Sabes que sempre te gostei mais de ler poesia que prosa, mas não podia ir embora sem dizer que este é dos textos mais belos que já li :-)
Beijo
Amigo,
que delícia! Hoje ler-te foi um sopro de inspiração. Se amas como escreves, és certamente um bom amante.
Beijinho grande e aquele abraço terno.
... a intensidade do momento, a vida, a ternura, o amor
tudo é perfeito, o ser, a prosa, a poesia
sê sempre completo, muito, sem inseguranças inúteis, presente, reconhecível, amigo
gosto tanto de ti!!
Soberbo! Deixo-te um abraço de amizade...(não tenho conseguido passar por aqui...agora vim por outros caminhos...)beijo...
Lindo, António!
Beijo
Faças amor com as palavras ou com a musa que te inspira, mau amante não podes ser. Se te sai tão pura a forma poética, o dizer daquilo que sentes, só pode ser porque há paixão no que fazes. Tudo o que é feito com paixão, merece ser feito.
Tão bonito António. Não sei de que forma te gosto mais. Tanto na prosa como na poesia está a tua essência.
Beijos
BF
Muito bonito.
Embalas de forma doce as tuas ideias, permitindo oferecer aos outros lindos sonhos cheios de carinho e ternura
Bjinho
Amigo
gostei verdadeiramente deste teu texto.
Dos melhores de sempre na minha opinião.
Beijo grande
Li duas vezes...é sinal que gostei. Li uma primeira e absorvi as ideias essenciais e depois quis ver os pormenores porque o essencial levou-me ao fantástico.
Fiquei sem palavras...
Penso que está aqui descrita a noite ou o dia que todos sonhámos ter com quem amámos...
Penso que está qui descrito o que é amar...
Poderia ser de melhor forma? Penso que não. Eu até te imaginava nas descrições (perdoe esta ousadia)...está muito real...parece que foi...parece que aconteceu...e se é poesia ou não...sei lá...mas ficou saudade não?
Um abraço
antónio...
apaixonado...
desejo que escrevas muita poesia no corpo dela...
:)
abrazo europeo e beirão
Lindo... muito lindo... sentido, feliz! Como tu!
beijos grandes
não se pode tocar
.aqui.
com palavras...
.medíocre escriba devei-nos
uma solene retractação!!
/é assim que se escreve!? hope so.../:)
beijO
Fascinante e envolvente...li as primeiras linhas, só para ver do que se tratava, e não consegui parar!Está brilhante este texto. Parabéns!
Enviar um comentário