dúctil existir
na caducidade do sentir
tombam sobre os ombros
amareladas folhas de pesar
do outro lado do muro
inanimada a boa donzela
necessariamente vulnerável
suave e bela silhueta
de um conto antigo
protegida pelo lacre do progenitor
o tempo vazou todas as marés
cresceu e viveu na comoção
a alma palmilhou de lés-a-lés
nas páginas do diário
desnudou os desejos do corpo
boca faminta e maturado cio
reservou-lhe o destino a solidão de pedra
sucumbiu sob o jugo austero do suserano
o rosto soletrou a dor no desalinho da treva
tombam sobre os ombros
amareladas folhas de pesar
do outro lado do muro
inanimada a boa donzela
necessariamente vulnerável
suave e bela silhueta
de um conto antigo
protegida pelo lacre do progenitor
o tempo vazou todas as marés
cresceu e viveu na comoção
a alma palmilhou de lés-a-lés
nas páginas do diário
desnudou os desejos do corpo
boca faminta e maturado cio
reservou-lhe o destino a solidão de pedra
sucumbiu sob o jugo austero do suserano
o rosto soletrou a dor no desalinho da treva
5 comentários:
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Beijos, António
:)
sensualismo...
cadenciado..rimado.
muito bom como aliás tudo o que escreve.
beij
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...pobre mulher!
Gostei demais do seu poema...Um mergulho na vida triste de quem não viveu.
Beijos de luz e o meu carinho!
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Amigo,
O teu talento é inesgotável. Cada estrofe, cada palavra o espelha.
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Obrigado pelo teu comentário. A verdade é que a morosidade da justiça, aliada à ligeireza com que certas bocas debitam disparates, estão a criar um clima negativo que a ninguém, nem mesmo à dita justiça, pode ser útil.
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Um abraço
na caducidade do sentir
tombam sobre os ombros
amareladas folhas de pesar
Ninguém diria melhor. Do que descreves, ou de todos os saldos negativos da vida que carregamos connosco.
Abraço-te.
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