22 janeiro, 2009

in Genéricos 14




“O gesto adiado enrola-se sobre si mesmo e adormece.” (Filomena Cabral) As casas já não me parecem lembranças vivas. As pessoas que mais me viam partiram; talvez sequiosas do eterno. As que restam estão à espera de partir enfrentando as agressões do transitório.
uma espécie de escritos avulso
para ler sem recituário
antónio paiva

4 comentários:

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

e dirão com um leve encolher de ombros e o desalento no olhar.

é a vida!

beij

Ana disse...

E quem não tem gestos adiados?
Damo-nos mais conta deles, adormecidos no fundo de nós, quando partem as pessoas que mais nos viam. Quer elas partam para os lados do eterno, quer deambulem pelos seus caminhos transitórios.

Que genérico tão profundo e belo!

Claudinha ੴ disse...

E quem nunca sentiu as agressões do furtivo viver? E quem nunca teve adormecido um gesto do qual jamais soube o efeito que causaria?
Belas palavras como sempre, Poeta! Beijo!

Vanda Paz disse...

Estas palavras são imensas, como tu.

Beijo e bom fim de semana