27 outubro, 2008

possível retrato de poeta

olhar de mármore
sede arqueada
alucinação do poeta
diverso inesperado antagónico
a génese do peregrino
um registo entre muros
no trilho saibroso da nossa cultura.

o verdadeiro não fala de chapéu na mão
mesmo que; por subtis razões éticas
a arte ausenta-se;
em todos os lugares onde o homem não é livre.


antónio paiva

8 comentários:

Maria disse...

Os meus olhos saltam entre as tuas palavras e este mar que me pede para mergulhar...
Mas fico com as tuas palavras.

Um beijo

Nilson Barcelli disse...

Ninguém verdadeiro deve falar com o chapéu na mão, de facto.
E o olhar é sempre tudo para o poeta.
Excelente poema, gostei.
Abraço.

Vanda Paz disse...

Gosto destas tuas reflexões em poema.

Beijo

Sandra Fonseca disse...

Seus poemas são bárbaros!
Beijo.

Zé Miguel Gomes disse...

O verdadeiro não fala, escuta.

Fica bem,
Miguel

Isabel disse...

Não tenho passado mas não esquecia tua amizade e a força que me deste em momentos que para mim foram menos bons.
Lentamente quero regressar; o vosso convívio faz-me falta.
Continuas em grande contigo mesmo.
Parabéns

Bjnh

moriana disse...

e a arte não será, também, uma forma de exprimir o que a liberdade coarta?
:)

Ana disse...

sede arqueada
alucinação do poeta



É a forma de sofrer a sua condição de poeta, cuja pele não se despe ou se veste. É-se poeta e pronto!