um grito em cada verso
ilusões meio ardidas
de poeta discursando à lua
quais beatas de cigarro
nem nos olhos nem na pena
lhe brotam palavras felizes
o mundo a sangrar discórdia
nuvem de todas as nuvens
arame farpado de preconceitos
a sombra pesada no peito
depois mentem-lhe
mentem-lhe sempre a eito
em sementeiras de antolhos
e na fúria sagrada do poema
sem medo de punhais ou infâmias
de olhos bem abertos fixando o mundo
ouviu-se um grito em cada verso;
sacripantas, mangas de alpaca,
cata-ventos miseráveis, pulhas do universo,
abaixo a morte e a mentira, abaixo a morte
e a mentira! abaixo! abaixo! abaixo! abaixo!
7 comentários:
Fortíssimo!
E eu grito contigo.
Beijo
dá para não berrares que aqui ninguém é surdo? :P
gostei António! deste gostei mesmo!
do outro mais abaixo nem por isso, não gosto de solidões de pedra, pobre mulher
beijinhos
....
Forte!
Um grito de revolta.
Belo!
Um abraço
a sombra pesada no peito
..............
ouviu-se um grito em cada verso;
Às vezes gritamos para fora, às vezes gritamos por dentro.
Porque ainda nos resta capacidade de sentir. Agir também, mesmo sabendo que não ultrapassaremos todas as barreiras.
Ao nivel dos grandes mestres da poesia. Parabéns!
Bjo
Que ao menos à inspiração sirva a mentira e suas abomináveis consequências. Lindo, Poeta!
Beijo!
A mentira, sim! Mas a morte, não!
Se assim fosse nunca mais nos víamos livres desta (...)
Abraços.
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