Crime no Barreiro
Suspeito de morte de criança em prisão preventiva
O presumível homicida de uma menina de 12 anos na Quinta da Lomba, no Barreiro, vai aguardar julgamento em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional do Montijo, soube a agência Lusa junto de fonte judiciária. O arguido, de 36 anos, que neste sábado foi ouvido no tribunal de turno da Moita, é um operário da construção civil e mantinha um relacionamento de amizade com a família. Notícia SIC online fonte Agência Lusa
A menina foi encontrada morta na casa do presumível homicida, pela PSP da Quinta da Lomba, na sequência de uma chamada telefónica para a corporação. Quando chegaram à residência do principal suspeito, os agentes policiais encontraram a criança já sem vida, com a cabeça esfacelada.
A PSP deteve o dono da casa, principal suspeito do crime, e que viria depois a ser entregue à Polícia Judiciária. O homem foi neste sábado ouvido pelo juiz de instrução criminal do Tribunal da Moita e recolheu ao Estabelecimento Prisional do Montijo.
A menina de 12 anos, filha de pais separados, tinha sido retirada à mãe por alegada negligência e estava a cargo do Instituto Ferroviário do Barreiro, instituição que acolhe menores em risco, mas mantinha contacto com os pais porque não havia sinais de maus-tratos.
O Ministro do Trabalho e Solidariedade quer uma investigação rigorosa a este caso. Por enquanto, a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco do Barreiro, Lurdes Espada, diz que "não corre nenhum processo" nesta entidade relativamente à menina encontrada morta quinta-feira à noite.
Por seu lado, o presidente do Instituto de Segurança Social, Edmundo Martinho, considerou hoje "completamente imprevisível" o homicídio de uma criança do Barreiro, apesar de reconhecer que a mãe é "muito negligente".
Segundo Edmundo Martinho, a criança estava a ter o acompanhamento adequado, tanto pelo tribunal, como pela Segurança Social, pelo que esta situação era "completamente imprevisível", até porque não havia quaisquer relatos de maus-tratos ou violência no seio familiar.
Nos últimos tempos, é notório o facilitismo das entidades e instituições, que têm por missão salvaguardar o bem estar e integridade física de crianças em risco, continuamos a assistir ao facilitismo impune, enquanto estas instituições e seus responsáveis não forem punidos de forma exemplar isto não acaba, a começar e a acabar no Estado.
Uma criança oriunda de uma família de risco é sempre uma criança em risco, quando próxima da família, porque como sabemos essas famílias não são sujeitas a um acompanhamento rigoroso, para avaliar e corrigir as disfunções das mesmas, por isso brincar ao jogo do talvez, e do "completamente imprevisível" dá no que deu, como sempre tem acontecido, não percebemos o que é "completamente imprevisível" porque também desconhecemos o que é para estes senhores o completamente previsível.
O nosso muito obrigado e excelente semana a todos.