D'aqui, 22 de Fevereiro de 2006
Tio Pacheco, espero que esta minha carta o vá encontar de perfeita saúde, nós por cá vamos indo na forma do costume, desculpe a carta ir aberta, mas como o tio anda sempre atarefado assim poupa a trabalheira de abrir, foi bem pensado não foi?
Cá na terra continua tudo na mesma, até os gritos da desavergonhada da Balbina quando se encontra no palheiro com o compadre Vesgo, são estéricos como sempre.
Mas adiante, a razão de lhe estar a enviar estas letras é que ultimamente o tio tem andado nas bocas da blogosfera, a avó Maria sempre disse quem semeia ventos colhe tempestades, que sábia era a avó, tenho saudades dela, ora tio Pacheco para o que lhe havia de dar, então o tio que está sempre a atirar pedras sem dó nem piedade, a quem lhe vem à ideia, lá porque o tio vai à televisão escreve em tudo quanto é lugar, lá porque o seu Abrupto é um blog de élite, porque lhe apertam o calos de vez enquando, vai daí e "bota-se" a legislar sobre comentários na blogosfera.
Ò tio, não se pode esquecer que ainda não atingiu a idade nem o estatuto do vôvô Soares, que já pode dizer tudo o que lhe vem à cabeça que ninguém leva a mal, sim tio esse mesmo, aquele que antes de ser reformar, ainda quis dar uma volta ao país em campanha.
O tio fala de posição e contradição, diz que a contradição é uma fraqueza moral, ai tio, não se lembra do tio Marcelo, que por causa de não haver contradição ou contraditório, ou lá o que era, passou à clandestinidade no canal estatal, o tio diz que o tribalismo é a doença infantil da blogosfera, qual é a sua tribo tio? Ai tio não me diga que é a élite senil, nem quero acreditar, o tio ainda é novo, mas que chatice.
Sabe uma coisa que me preocupa tio Pacheco? É que eu já li em alguns blogs, que mandam o tio levar na ventoinha, isso é levar onde tio? Ai não me diga que é num sitio que eu estou a pensar, que isso deve doer p'ra caraças, desculpe o termo tio, saiu.
Tio Pacheco, sabe sempre me fez confusão os blogs de gente importante como o tio, não terem a caixinha de comentários aberta, assim p'ra todos escreverem e verem o que que pensa cada um, sobre aquilo que o tio e pessoas como o tio escrevem, tem de ser a coberto do e-mail tio, que chatice, olhe tio penso que doi menos abrir a caixa, que pegarem-lhe nos fundilhos e fazerem-lhe aquela coisa lá na ventoinha, nem quero que me lembre.
Desculpe tio, bem sei que a carta já vai longa, e o tio tem mais que faça, mas queria aproveitar a oportunidade para lhe falar disto, não sei se o tio viu aquela reportagem na TVI, sobre o Silêncio dos Inocentes, sobre crianças mal tratadas, pois é tio Pacheco, como o tio vai todas as semanas ao programa daquele Sr. de barbas da TSF, que passa na SIC Notícias, onde o tio está com o tio Coelho e o primo Xavier, podiam e deviam lutar por esta causa, até vos ficava muito bem, pode crer que ficava.
Ah, espere, só queria dizer mais umas coisitas, o tio escreve em jornais e revistas, tem obrigação de denunciar estas coisas e lá no seu Abrupto, em vez de tantas fotos de trabalho em Portugal, e de aludir ao darwinismo social, ai o tio emprega palavras tão inteligentes, dizia eu que o tio podia e devia abraçar esta causa.
Pois, mas o tio Pacheco, é daquelas pessoas que acham graça aos sorrisos das crianças, de as ver brincar nos jardins, mas nunca lhes passa pela cabeça o que se esconde por detrás, daqueles sorrisos e daquelas brincadeiras, elas não são leitoras dos jornais, dos blogs, nem assistem aos programas de televisão, para pessoas como o tio darem largas à sua verborreia intelectual.
Bem tio Pacheco, não o maço mais, com estas me vou, até à volta do correio.
O nosso muito obrigado.