06 fevereiro, 2006

Após um fim de semana bastante agitado, mas com algum tempo para reflectir, o meu companheiro e eu em jeito de balanço, deixamos aqui algumas coisas que nos apetece partilhar, com todos quantos nos dispensam algum tempo e simpatia.
A ideia não é aconselhar, porque se fossemos bons em conselhos, não os dávamos, vendiamo-los, também não somos pretensiosos ao ponto de pensar que aquilo que nos vai na mente seja doutrina a aplicar, é mais no sentido de que pode haver alguém que ache que faz sentido, passe a redundância, ou talvez ainda se de todo não fizer sentido para ninguém, talvez o melhor seja ir noutro sentido, o que não estamos de todo convencidos que assim seja.
O caminhada diária pela estrada da vida, coloca-nos muitas vezes perante várias encruzilhadas, nem sempre é fácil tomar a decisão em qual das direcções caminhar, para a frente dirão uns, para a esquerda ou para a direita dirão outros, ainda haverá quem sugira voltar para trás, cetramente que qualquer uma dessas opções pode ser válida ou a melhor, tudo depende do momento, da circunstância ou ainda das motivações, esperamos que muito poucos, façam a sugestão de ficarmos parados!
Tudo é discutível, mas pior que tomar uma decisão menos boa é não tomar decisão nenhuma, em alguns momentos da nossa caminhada, somos surpreendidos ou deixamo-nos surpreender, pelo cansaço, pelo desânimo, somo invadidos por uma série de razões para desistir, para fazer pouco, muito pouco, nada coisa nenhuma, olhamos á nossa volta e temos a sensação que os que nos rodeiam, têm toda a sorte do mundo, e porque não nós, porque será que não temos sorte, o que teremos nós feito de errado para tamanho infortúnio.
Não é de nada disso que se trata, independentemente de em algum momento da caminhada, termos seguido na direcção menos boa, isso não significa que a não possamos corrigir, melhorá-la, adicionar-lhe novas motivações, ou retomar processos e projectos que por uma razão ou por outra, em determinda altura colocámos de lado, ou ainda tentarmos descobrir ou construir novos caminhos.
Embora a nossa caminhada esteja sempre sujeita, à influencia de tudo e de todos quantos nos rodeiam, não é menos verdade que a parte mais importante está nas nossas mãos, não assumir isso é acomodar-nos no mais fácil, ter sempre um porque, como justificação, é demitirmo-nos das nossas responsabilidades, é de facto o caminho mais fácil, mas ao mesmo tempo o mais penoso.
Na verdade não é a queda que custa mais, o levantar é sempre o mais difícil, mas não resta outra alternativa, levantar é a solução, é evidente que ficar no chão tem sempre alguns ganhos secundários, há sempre almas caridosas disponíveis para nos perguntarem porquê e como caímos, sempre prontas a terem pena de nós, e isso quando estamos no chão é reconfortante, o pior é o efeito secundário, quando nos habituamos ao analgésico da compaixão, à ajuda no lamber das feridas ficamos de tal modo viciados, que não queremos voltar a querer colocar-nos de pé.
O processo de nos erguermos é trabalhoso, e ao mesmo tempo que quando estamos de pé, ninguém nos vem perguntar porque estamos de pé, já não sentem pena de nós, mas se refelectirmos melhor, conseguimos verificar que quando estamos de pé, as pessoas nos felicitam por isso, é certamente muito melhor sermos felicitados e reconhecidos por estar de pé, que sentirmos a pena e a compaixão por estarmos caídos no chão.
Desejamos a todos uma óptima caminhada, durante esta semana que agora iniciou e que se prolongue pelas seguintes.
O nosso obrigado.

4 comentários:

Rosmaninho disse...

Durante esta semana e as seguintes, a caminhada que eu fizer só poderá ser boa! Normalmente não escolho os atalhos... tenho tendência para escolher os melhores caminhos... não vias rápidas mal acabadas. ;):)
*)

Ni disse...

«Na verdade não é a queda que custa mais, o levantar é sempre o mais difícil, mas não resta outra alternativa, levantar é a solução»

...

Quem fala assim não é burro... já percorreu caminhos suficientes para saber que nada é imutável e todos - todos mesmo - caímos. Ou porque nos empurram, ou porque calculámos mal um passo... ou porque escolhemos a via de sentido proibido e arriscámos...

Linguagem metafórica... mas o importante é a força deste texto, de que gostei muito.

Obrigada.

Fica aqui o meu carinho

Ni*

LM disse...

Uma boa caminhada também, devagarinho mas sempre na vertical.
E aproveito a ocasião para felicitar ambos pela magistral banda sonora!

antónio paiva disse...

.....quando decidi dar voz ao meu companheiro, não sabia exactamente até onde nos podia levar a blogosfera, a verdade é que à medida que por aqui vamos deixando as nossas coisas, sentimos vontade de continuar, reconhecendo que o que temos recebido de quem nos visita, é muito mais do que aquilo que damos.....
O nosso muito sentido obrigado a todos!!!