05 janeiro, 2006

O Burro nas Presidenciais

Em democracia, felizmente muita coisa é possível, depende da consciência de cada um e de todos, não ridicularizar coisas sérias, de facto constactar que o boletim de voto para as eleições presidenciais, é quase uma lista telefónica, leva-nos a pensar que se brinca com coisas muito importantes, não que sejamos contra a pluradidade, ou direitos de cidadania, nada disso, mas sim porque ser razoável e ter bom senso, fortalece a democracia, em vez de a banalizar.
Posto isto, deitamos um olhar alargado e o mais isento possível, sobre os candidatos que realmente contam, aqueles a quem a comunicação social dá a visibilade necessária, muito embora salte à vista, que alguns deles sabem muito bem, que a sua possibilidade de serem eleitos é nula, aproveitam no entanto o tempo de antena, para bater no poder vigente, e para lançar umas quantas farpas aos provávelmente elegíveis e ganharem assim mais alguma visibilidade, mas daí não vem mal nenhum ao mundo.
Os debates televisivos da pré campanha, que de debate apenas tiveram o nome, mais pareceram convites para jantar entre amigos, salvo raros momentos de alguma crispação estéril, o deserto de ideias impera, a confusão gerada pelas diversas interpretações dos poderes presidenciais, deixaram ainda mais confusos os eleitores, excepto aqueles que votam por devoção, a uma personalidade ou côr politica.
Ouvimos um pouco de tudo, desde os que vão ajudar a governar, aos que vão ouvir o povo e resolver os problemas de todos, aos que dissolvem, demitem e vetam, tudo quanto os aborreça, enfim, uma quantidade razoável de disparates, nada que não estejamos habituados noutras andanças eleitorais, a tanga do custume, as promessas que habitualmente nos fazem e nunca cumprem, pelas mais variadas razões, mas lá que prometem isso prometem, por unanimidade e aclamação, o meu companheiro e eu, não resistimos a utilizar aqui, uma quadra do nosso querido e ilustre poeta popular, sempre actual António Aleixo:
Vós que lá do vosso Império
Prometeis um mundo novo
Calai-vos que pode o povo
Querer um mundo novo a sério
Na verdade, o povo votante, já tem algum traquejo nestas andanças, e não lhe resta outra alternativa, que não seja puxar da seu descernimento e votar o mais em consciência possível, nem que seja em branco, porque daqui em diante o esclarecimento diminui, aumentam as feiras e romarias, as gaitas os gaiteiros e os bombos, a festa vai ser de arromba, a malta paga claro está.
Desejamos a todos boas decisões.
O nosso muito obrigado.

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