27 janeiro, 2006

O Burro nos Centros Comerciais

Portugal com 23 novos centros comerciais até 2007.
O mercado de centros comerciais nacional deverá crescer cerca de 25% em termos de Área Bruta Locável (ABL) em 2006 e 2007, estando previsto o desenvolvimento de 23 equipamentos comerciais, dos quais três são ampliações de projectos já existentes, num total de 592.369 m² de ABL, avança hoje a consultora Jones Lang LaSalle. Jornal de Negócios online.

Ora nem mais, em tempo de vacas magras, o que a malta precisa é de espaços, onde sobretudo ao Domingo se possa exibir o fato de treino de marca, acabadinho de estrear, só é pena que nesses espaços não seja habitual, servirem o belo cozido à portuguesa, aí sim o retrato ficava composto e genuíno, o retrato do portuga de boné e garrafão ao fim de semana de passeio com a familia, está a ser ultrapassado pelo de vestir o fato de treino, ir ao centro comercial ou comer um cozido à portuguesa.
Os putos choram de ranho no nariz, enquanto os pais lhes gritam para estarem quietos e calados, pois o pai não quer perder pitada das pernas e do decote, da louraça que está a passar, enquanto a mãe olha arregalada para o exemplar de macho que não tem em casa.
Cena que normalmente acaba em birra, porque ambos estão a topar o que cada um está a fazer, mas como nehum assume acusam-se mutuamente, claro está que a coisa fica azeda, passado algum tempo os putos são arrastados pelos braços, e se levantam a garimpa levam um tabefe, para complementar o gelado que acabaram de comer.
O regresso a casa é feito de trombas bem colocadas, à chegada os putos são atirados para os quartos, a mãe vai ver a novela onde normalmente é retratada a vida amargurada que leva, o galã da mesma esse sim esse é que era, quem lhe dera homem assim e suspira amargurada, o marido raspa-se para o café, onde outros interpretes de filmes semelhantes já chegaram, invariávelmente o diálogo acaba por ser, ela chateou-me a cabeça peguei nela e nos putos e meti-os em casa, enquanto as cervejas rolam e se deita o olho a cada rabo de saia, que entra no seu território, a sua demonstração de machos vai crescendo.
Claro está que no dia seguinte começa uma nova semana de trabalho, as cervejas já pesam e o regresso ao lar doce lar, é inevitável, à chegada o ar ameaçador é colocado, pergunta-se o que há para jantar, invariávelmente de estomago cheio de cervejola, o que impede a vontade de comer seja lá o que for, mas aproveita-se a oportunidade, para dizer é sempre a mesma coisa, vê lá se aprendes a cozinhar outra coisa, enquanto a consorte fica a lacrimejar, ele dirije-se à deita que amanhã é outo dia.
Ora digam lá, se é ou não de ficarmos felizes, o saber que vamos ter mais espaço e cenário, para tão imaginativos filmes de familia.
O nosso muito obrigado.

3 comentários:

Anónimo disse...

Eu não sou nem deixo de ser fã das grandes superfícies comerciais. Acho que os grandes centros urbanos estão cheios de shoppings e de hipermercados, já da existência dessas mesmas superfícies comerciais no interior são escassos. Infelizmente o comércio tradicional é quem mais perde. Mas em vez de as Associações Comerciais passarem a vida a lamentarem-se, sentados, deveriam estudar o mercado e perceber porque é que a afluência às grandes superfícies cada vez é maior.Por exemplo, no Inverno, onde o frio, o vento e a chuva predominam, é muito mais agradável fazermos as nossas compras, onde todo o tipo de comércio esta centralizado numa única superfície, onde inclusivamente até o carro fica estacionado, num Parque, sem qualquer custo, na maioria dos casos. Outro aspecto muito importante, é o facto de o comércio tradicional pecar pela falta de profissionalismo e pela falta de formação aos seus quadros. Será que os nossos empresários, e comerciantes não sabem que o Estado disponibiliza verbas para formações?!?!? Porque é que as Associações Comercias não apresentam soluções para dinamizarem e divulgarem o comércio tradicional. Se não estou em erro, e corrijam-me se estiver enganada, em Hamburgo, Alemanhã, uma ou algumas das ruas da baixa são cobertas com claraboias, e dado ao clima são inclusivamente aquecidas. Fica aqui uma sugestão.
Relativamente à familia tradicional portuguesa, a "Familía Portuga" não poderia estar mais de acordo. Já lá vai o tempo em que as pessoas entre outras coisas sabiam se vestir adequadamente à ocasião, em que os maridos não passavam horas nos café a beber umas cervejolas, queixando da mulher e da vida, enquanto as esposas, praguejam a vida que escolheram e lamentam-se às mães, às amigas e por aí fora. Eu não sou do tempo em que as pessoas socializavam-se mais, em que não havia TV, em que haviam as reuniões em casas dos amigos, e por aí fora...Não sou desse tempo, mas felizmente tive a sorte de adquirir alguns desses hábitos com os meus pais...Cada vez estou mais convencida, por todas as razões e mais algumas, que tive uma educação previlegiada.
Quanto a vocês, burro e seu companheiro, como sempre levantam questões pertinentes.
Um carinho no burro e um cumprimento ao seu companheiro.

Mónica disse...

na grécia não há centros comerciais nem grandes superficies, sabias?

antónio paiva disse...

.....semcantigas, obrigado pela informação, uma vez que sou grego, mudo-me para a grécia..... :)