31 dezembro, 2007
22 dezembro, 2007
Mais um ano de existência desta pastagem
Faz hoje precisamente dois anos que esta pastagem começou a ser semeada. O tempo foi passando, foi sendo regada e cuidada conforme as minhas capacidades, a minha disponibilidade e vontade. Pouco mais quero dizer sobre isso. Espero continuar a sentir vontade de o fazer. Enquanto sentir que o consigo fazer com alguma qualidade e oportunidade. Assim farei.
Resta-me agradecer a todos quantos aqui passam de forma anónima ou não.
Uma vez que é Natal, não me vou prender com pormenores sobre a forma como eu o encaro, nem como cada um o encara.
Desejo a todos um Bom Natal e já agora se puderem contribuam para um bom Natal de todos.
Um forte abraço a todos!
Publicada por
antónio paiva
à(s)
sábado, dezembro 22, 2007
15
comentários
20 dezembro, 2007
Em jeito de oração

És recém-nascido, és uma criança de meses, és um jovem, um adolescente, um adulto, um idoso, não importa a tua idade. Empurram-te para os campos minados, para as areias do deserto. Atraiçoam-te, ferem-te até à profundidade onde nada se esclarece. O caminho da água é o desespero, envenenam as nascentes.
O coração do diabo comparado com o desses biltres é quase terno.
É insensato dormir escapando moralmente a estes crimes. Há os criminosos activos que executam a sentença de morte, mas não menos responsáveis os coniventes e passivos. Para estes últimos, a pena mínima, era a amargura instalada na própria carne, no próprio sangue. Um formigueiro de vergonha devia-lhes percorrer a pele, poro a poro, provocando-lhes uma sensação miserável. Tão miserável que lhes condenasse o pensamento a trabalhos forçados. Mais pesados que a insónia e a fome.
E o Vaticano Senhor?
Não acredito que concordes com toda aquela opulência e riqueza. Não acredito que concordes que a fé dos homens bons, a dor, a miséria, a doença, a fome e a vida de seres humanos, seja explorada para alimentar a vida palaciana dos teus representantes. A fausta mesa de pão e vinho que diariamente lhes é servida.
A cada movimento dos seus gulosos maxilares corresponde o choro de uma criança a morrer de fome, o desespero de uma mulher violada, um corpo trespassado por uma bala…
Não, Senhor, de facto não sou um fervoroso e devoto praticante. Mas respeito a fé de cada um, tenho a minha própria fé. Rezo muitas vezes à minha maneira. Na verdade quando escrevo algo como o que agora estou a escrever, considero uma oração, plena de fé, convicção e de razão. O maior templo criado por Ti é o Mundo, por isso em qualquer lugar do mundo, cada um de nós pode dar expressão à sua fé. Estou certo que concordas comigo.
Tenho muitos pecados, sei que tenho. Mas em nenhum deles está escondida a morte de ninguém. Nem tão pouco a indiferença. Sei que és sensato e não me queres perfeito. O que na verdade Tu queres é que eu e os outros não sejamos criminosos, quer por acção, quer por conivência.
Isso, eu tenho a certeza que Tu não queres mesmo!
Publicada por
antónio paiva
à(s)
quinta-feira, dezembro 20, 2007
8
comentários
19 dezembro, 2007
Sessão Conjunta de Autógrafos, Na FNAC Madeira, dia 23 de Dezembro
No próximo domingo dia 23 de Dezembro, a partir das 11 horas da manhã, até cerca das 13 horas, terá lugar na Fnac Madeira, uma sessão conjunta de autógrafos. Na qual participarão os seguintes autores:
Ana Teresa Klut
António Cruz
António Paiva
Compareçam e divulguem!
Para além dos autógrafos, os autores terão o maior gosto em inter-agir com os leitores e amigos.
Até lá!
Publicada por
antónio paiva
à(s)
quarta-feira, dezembro 19, 2007
5
comentários
07 dezembro, 2007
Prémio Nobel

Permaneço parte dos dias a ler, sempre presente está a consistência de algumas palavras, mesmo quando os gestos as ignoram. Identifico com naturalidade as crianças pelos olhos, reconheço o olhar dos mendigos, habitantes de todas as ruas do abandono nas cidades. O seu pedir de esmola deixa-me assustado, sinto o medo a percorrer-me o cérebro em arrepios. Nenhum medo nos prepara para outro medo. Todos eles são diferentes, isolados, violentos, devastadores. Proferimos tantas palavras desnecessárias à nossa sobrevivência, facilmente nos tornamos eternos amantes da culpa. Sempre que o sol aquece, o brilho das folhas das árvores fica mais intenso. É quando me lembro que só por existirem árvores, devíamos agradecer à vida. Observo-as, sinto haver em mim um universo de palavras adormecidas, que um dia hão-de despertar. O anseio das longas tardes de Verão, serenamente a olhar o mar, o submergir na vida interior de cada um de nós. O murmúrio de uma palavra, por alguém que luta desesperadamente pela vida, impressiona de tal modo, que se torna impossível alguma vez esquecê-la.
Assim se compõem livros sem escrever uma só palavra, ficando dispensada logo à partida toda e qualquer revisão de texto. As análises críticas e literárias, revelam-se inúteis, tal como o são sempre. O ideal era que os livros não precisassem de sair do imaginário. Não haveria registo, dizem-me. Pois que digam. Eu respondo: Aprenderíamos a ler com mais interesse nos olhares que nos são generosamente oferecidos. Escutaríamos com mais atenção aquilo que nos querem dizer, quase nunca escutamos, porque achamos que o que temos para dizer é sempre mais importante. Entre mim e nós, a beleza da palavra partilhada, é um lugar de privilégio. Atarefados e atolados em banalidades estéreis não damos conta disso. Acabamos por sucumbir na abstracção do pensamento. Debato-me na luta obscura entre a palavra e a narrativa. Nesta ânsia obstinada de me tornar perceptível. Cada vez mais me convenço, que nada posso fazer contra a espessura da existência, senão escrever. É redutor eu sei. Mas deste modo vou recolhendo instantes privilegiados do essencial da vida, em cumplicidade permanente, com escritores que nunca escreveram uma só palavra, mas que deixam a brilhante obra da sua existência.
Seremos nós apenas ecos e sombras? Viveremos as dúvidas até um sinal que nos ilumine a razão?
Embora eu não tenha a certeza se a vida é isto ou outra coisa qualquer, vou registando pormenores, as coisas mínimas a que poucos dão atenção. Na verdade as pessoas são por natureza distraídas, de si e dos outros, sobretudo naquilo que as revela.
Bom fim-de-semana a todos.
Publicada por
antónio paiva
à(s)
sexta-feira, dezembro 07, 2007
11
comentários
02 dezembro, 2007
Amigos
seres estranhos até um dia
em que os passamos a amar
e passamos a ser amados por eles
são tantas as vezes que adormecemos nas suas tristezas
acordamos felizes nas suas alegrias e conquistas
há um olhar nobre entre nós
um sentir intemporalmente puro
um estar eternamente adolescente
na amizade um imenso campo fértil
onde arduamente lançamos todas as sementes que queremos preservar
há nisso o que as palavras não sabem
uma mistura de essências
que o lado esquerdo do peito tão bem nos sabe dizer
tal como em todas as paixões se cometem exageros
na verdade sentimos, acredito que seja isso o amor que tanto se fala
Publicada por
antónio paiva
à(s)
domingo, dezembro 02, 2007
14
comentários
30 novembro, 2007
breve
o rochedo, que canta, e o sol, que abre a coroa
de ouro rubro, espantando a matutina bruma,
a flor, que estremece, e o pássaro, que voa,
a água, cheia de sons e de flocos de espuma
Publicada por
antónio paiva
à(s)
sexta-feira, novembro 30, 2007
8
comentários
26 novembro, 2007
Ausências e Vivências
Não peço que me compreendam, mas que me desculpem, em primeiro lugar estive fora muito tempo e não acedia à net. Depois cheguei um monte de situações para regularizar esperava-me, coisas que acontecem a quem se ausenta por muito tempo.
Bem sei que sou ingrato, que muito recebo e nada dou em troca, enfim, sou como sou não há nada a fazer
A Prova de que tanto recebo, está bem patente no poema que a menina que estão a ver na foto em cima, escreveu numa folha de papel e me ofereceu, na apresentação do meu livro Navegando nas Palavras, no Museu do Vinho de anadia, no passado dia 10 de Novembro.
A menina tem 10 aninhos de idade, é uma querida e chama-se Alexandra Roseiro.
O poema aqui fica para que o possam ler.
- Os poetas e o mar
Eu sou como os outros poetas
que deitam as lágrimas no mar.
Os poetas mergulham nas águas a flutuar
Para procurar as letras que faltam para acabar a palavra amar
Os poetas vão para junto do mar
Desabafar nos poemas que fazem chorar
Os poetas deitam as lágrimas no mar
E parece magia no ar
Um beijinho para ti Alexandra, que continues a ser uma menina feliz e com muito amor.
As vós amigas e amigos, um grande abraço e a promessa de vos visitar brevemente, muito brevemente, quase já.
Imagens dos eventos do livro Navegando nas Palavras, clicar neste link.
Semana fantástica a todos!
Publicada por
antónio paiva
à(s)
segunda-feira, novembro 26, 2007
13
comentários
02 novembro, 2007
Até amanhã na Livraria Bulhosa
Amigas e Amigos, até amanhã às 17:00 na Livraria Bulhosa, Campo Grande 10-B.
Preciso de todos vós!
Peço desculpa pela minha ausência, sei que vos devia visitar, mas, peço que compreendam.
Obrigado
Publicada por
antónio paiva
à(s)
sexta-feira, novembro 02, 2007
27
comentários
29 outubro, 2007
Regionalismo Madeirense
Ah Estapoilha!!!
Tava o vendeiro ao paleio com o vadio do vilão quando ouviu uma zoada.
Era a água de giro.
O buzico do levadeiro que vinha mercar palhetes à venda, vinha às carreiras e às parafitas com o bizalho.
Dá-lhe uma cangueira, trompicou no matulhão do vilhão.
Bate cas ventas no lanço e esmegalha a pucra.
O vilão dá-lhe uma reina vai a cima dele para lhe dar uma relampada, patinha uma poia.
Ficou todo sovento.
O vendeiro dá-lhe uma ressonda por ele querer malhar num bizalho dum pequeno. Vem o levadeiro, e, ao ver o vassola, que anda à gosma e a encher o pampulho à custa dos outros, a ferrar com o filho, fica variado do miolo e diz-lhe umas.
O vilão atazanado, atremou mal e pensou que ele lhe tinha chamado de chibarro, ficou alcançado, deu-lhe uma rabanada e foi embora todo esfrancelhado.
O levadeiro ficou mais que azoigado mas lá foi desatupir a levada.
O piquene chegou a casa todo sentido, com um mamulhão.
A mãe que é uma rabugenta mas abica-se por ele, ao vê-lo todo ementado, deu-lhe um chá que era uma água mijoca, pensando que canalha é mesmo assim, mas, como ele não arribava, antes continuava olheirento, entujado e da chorrica foi curar do bicho virado e do olhado.
O busico arribou e até já anda a saltar poios de bananeiras na Fajã.
Boa semana a todos/as.
Publicada por
antónio paiva
à(s)
segunda-feira, outubro 29, 2007
12
comentários
26 outubro, 2007
a fome é tanta
que os olhos lhe caiem na sopa
o frio é tanto,
que a manta rota lhe parece um embuste
a dor é tanta,
que o sangue lhe verte das órbitas vazias
o abandono é tanto,
que se resigna à monotonia das insónias,
ouvindo noites a fio o barulho do relógio da torre,
marcando implacavelmente,
os segundos de uma morte em vida
a raiva é tanta que grita:
que sabeis vós poetas de circunstância?
que tanto cantais a vossa dor,
uma dor tantas vezes mentirosa
Publicada por
antónio paiva
à(s)
sexta-feira, outubro 26, 2007
21
comentários
22 outubro, 2007
Lançamento e Agenda do Livro Navegando nas Palavras
DIA 03 DE NOVEMBRO ÀS 17 HORAS
LIVRARIA BULHOSA
CAMPO GRANDE 10-B
LANÇAMENTO POR UM CONJUNTO DE POETAS
HELENA PAIVA, MANUEL CARDOSO, MARIA JOÃO PAIVA, VANDA PAZ, VERA SILVA
APRESENTAÇÃO POR MARIA JOSÉ PINTO
DIA 10 DE NOVEMBRO ÀS 17 HORAS
MUSEU DO VINHO
ANADIA
APRESENTAÇÃO POR VANDA PÓVOA e ROSA ANSELMO
COM A COLABORAÇÃO DO ACORDEONISTA JOAQUIM PEIXINHO
DIA 11 DE NOVEMBRO ÀS 17:30 HORAS
FNAC COIMBRA
COIMBRA
APRESENTAÇÃO POR CONCEIÇÃO CAMPOS
DIA 12 DE NOVEMBRO ÀS 12 HORAS
ESCOLA Dr. DANIEL DE MATOS
VILA NOVA DE POIARES
APRESENTAÇÃO POR PAULA CAÇÃO
DIA 17 DE NOVEMBRO ÀS 17 HORAS
FNAC MADEIRA
FUNCHAL
APRESENTAÇÃO POR POLICARPO NÓBREGA
Publicada por
antónio paiva
à(s)
segunda-feira, outubro 22, 2007
19
comentários
19 outubro, 2007
O sabor das marés

Soubesse eu incendiar marés e chorar lava sem secar o tempo. Ficaria aceso na tua noite o tempo todo. Nos teus olhos nasceriam campos de trigo. Onde tu me colherias grão a grão. Matando a tua fome de mim. Aconchegando o celeiro do teu corpo.
O canto dos silêncios ao sabor do serpentear do vento. Melodias da sede dos teus lábios. Amanhecer colhendo as maçãs do teu rosto. Adivinhar-te no canto do pássaro. Contemplar a gestação dos sonhos. A vertigem lúcida do oceano. O vai e vem dos nossos corpos feitos de ondas. Saboreando a tua espuma. Poisando o meu rosto no teu ventre.
No teu corpo a minha língua desenha as marés. Os meus dedos percorrem a pauta do teu corpo. Em busca da melodia perfeita. Vibrante é todo o teu ser. Perfeito. Agora somos espuma do mesmo oceano. Dois corpos um só barco. Sem amarras. Premiando a loucura do amor. Na baía do teu corpo apanho as conchas. Com que farei o leito onde te deito a repousar. O sabor das marés também pode ser doce. O sabor das marés é doce.
Fico por aqui na beirinha do teu sono. Enquanto as algas soluçam nas ondas. Os búzios tocam alvoradas. As gaivotas adivinham o sol. Ao longe na muralha o pescador lança o anzol. Nasce o dia. Aqui nasceu uma promessa. Uma promessa de vida.
Publicada por
antónio paiva
à(s)
sexta-feira, outubro 19, 2007
12
comentários
16 outubro, 2007
Memórias vivas

As dunas onde te deitas e me ofereces o teu corpo. Os espaços marinhos. A ternura em espasmos. Nada mudou desde o primeiro dia. Assim continuamente.
Aposto nestes momentos, todo o fulgor do tempo. O desejo cavalgando mar adentro. Sem limites. E já perto, muito perto, o clímax o êxtase. Vislumbro ainda horizontes maiores.
Amanheço, percorrendo os lugares do sonho. Espraio-me por inteiro nas confidências dos teus sussurros. Há o mistério que te suporta. O sorriso que te beija o olhar a toda a hora. Peito aberto, aceitas-me, tal como o parágrafo aceita a palavra certa.
Na melhor taça me serves o delicioso néctar que o teu corpo encerra. É tão mais fácil sentir, do que dizer ou descrever. Na pausa, passeio-me contigo, parece nada ter acontecido. As vagas vão e voltam. Entardece como de costume à mesma hora. O repouso. O cais. O pequeno barco preso pelas amarras. O vento do desejo faz inchar de novo as velas feitas dos nossos corpos.
Entre uma e outra vaga, fazemos amor de novo. Sacudimos os corpos, como se nos fossem estranhos. É a essência que procuramos. A mistura harmoniosa. Paira o silêncio. O bater dos corações dissolvido pela brisa. A subtil diferença de usar os corpos. Onde até o sofrimento parece sensual.
Memórias tão vivas como as marés. Olhos de água, a ternura sublime. Ondas de amor. Soluços de peitos magoados, sufocando o respirar. Teu corpo de mulher espreguiça ao vento.
A minha teimosia de encher as gavetas de nuvens. O conflito entre o meu corpo e a minha mente, leva-me a não acreditar em nenhum deles. Um escriba medíocre e péssimo amante. É o meu espólio. O meu cartão de visita.
Memórias tão vivas como as marés. A ilha pode ser o quarto. O desenhar o vértice da noite onde nos consumimos sós. Luar aquecido pelo choro. O calar-te pela emoção. Venerando a manhã criada no teu ventre. Dentro de ti é agora a minha morada.
Se já cometi o desaforo de afirmar que escrever poesia é fazer amor com as palavras. Devia ter a coragem para afirmar: Que fazer amor contigo é poesia.
Publicada por
antónio paiva
à(s)
terça-feira, outubro 16, 2007
17
comentários
14 outubro, 2007
Crónica de todos os dias

O meu corpo mede o nível das águas.
Matéria saturada, impedindo a drenagem da agonia. A submersão irreversível é cada vez mais evidente.
Eu e sempre eu, com esta tendência obstinada de falar dos outros, como se de mim se tratasse. Esta vontade compulsiva de plagiar vidas alheias. Ou ainda o enlace sempre falhado entre os desesperos de outros e os meus desencantos.
Sou uma sentinela que falta demasiadas vezes ao render da guarda. Falta-me a persistência do sol, que se levanta todos os dias.
- Sabeis.
Toda a minha originalidade (ilusão minha), já consta de todos os livros. Nenhum deles foi escrito por mim. Obviamente que me apetece acusar de plágio todos eles. Porque de forma inequívoca me adivinharam antes de eu nascer. É frustrante.
- É nesta angústia que emprego todo o meu tempo.
Na verdade sou apenas mais um que à noite amaldiçoa o dia. Redutor, dolorosamente redutor. A dor é ainda mais aguda quando tenho de incentivar outros. De lhes dizer que não desistam. Tenho a felicidade de amar as palavras. Reconheço o quanto elas são generosas comigo. Conheço portanto muitas delas, faz sentido que delas faça uso, antes que empregá-las deixe de ter cabimento.
- Consigo divertir-me, com os olhares e sorrisos irónicos, que me são lançados sempre que digo: Publiquei um livro. (Implícito está o pensamento: Olha mais um inútil que gostava de viver sem trabalhar).
A vida está muito para além das regras de sintaxe, a pontuação irrepreensível é dispensável, a colocação meticulosa dos acentos não mata a fome nem o desespero. A vida é incontornavelmente uma prova de fundo repleta de obstáculos.
- Há uma corja que vive e bem, parasitando esventrando a escrita de poetas e escritores mortos. Invariavelmente todos morreram de fome e de frio. Fome de reconhecimento e frio de afectos. Da pobreza material nem vale a pena falar.
Não peço que me entendam, nem eu próprio consigo.
Boa semana a todos/as.
Publicada por
antónio paiva
à(s)
domingo, outubro 14, 2007
8
comentários
11 outubro, 2007
Conferência

- Não se ouviram aplausos, alguém tossiu.
Quando acenderam as luzes, era visível o desespero de todos em busca da sobrevivência.
- Dizem os especialistas que as palavras continuam a nascer nos campos, sendo essa a razão de eles serem verdes.
- Eu ainda estou por cá. Não, não é uma questão de tempo. É uma questão de circunstância. À beira das palavras, cada vez mais escassas. Percorro a serra, apanhando os troncos secos das giestas para acender o lume.
Vejam lá bem, que até já houve quem se atrevesse a escrever, que junto das falésias se pode encontrar o mar inteiro, pendurado nas palavras.
O moderador afirmou que não havia ligação entre uma coisa e outra.
- Nem sempre há. O que há, é uma voraz apetência para a lógica das coisas. Dessa forma tudo se torna mais fácil. Dizem.
Publicada por
antónio paiva
à(s)
quinta-feira, outubro 11, 2007
11
comentários
09 outubro, 2007
Dentro de mim às vezes também se está bem
Publicada por
antónio paiva
à(s)
terça-feira, outubro 09, 2007
07 outubro, 2007
podias estar aqui
podias estar aqui,
onde os meus lábios terminam
e começa o mar dos meus pedaços
podias estar aqui,
na janela onde debruço a alma,
em gestos do meu rosto, a recordar-te
podias estar aqui,
só no teu rosto vi a aurora,
como nunca vi em mais algum
Publicada por
antónio paiva
à(s)
domingo, outubro 07, 2007
06 outubro, 2007
até os Burros vacilam
Devem pensar que isto de ser Burro é tarefa fácil.
É muito mais difícil ser Burro, que gerir o negócio dos McCann.
T-shirts, pulseiras etc. etc. com top de vendas e tudo.
Presumivelmente inocentes, até no negócio sujo, porco, nojento, é de vomitar!!!!
Lá matar, matam, matam inocentes, até querem matar a realidade. No entanto essa é tão dura que permanece viva.
Publicada por
antónio paiva
à(s)
sábado, outubro 06, 2007
15
comentários
05 outubro, 2007
03 outubro, 2007
tens-me sido fiel
Publicada por
antónio paiva
à(s)
quarta-feira, outubro 03, 2007
15
comentários
25 setembro, 2007
insane
lavei a boca e abri a porta
estou doente e só
porque não dizes nada?
perguntou-me o meu corpo
eu ligava-te
mas não sei o teu número
o meu corpo diz-me:
a vida é uma meretriz
merda de vida
sei o que é uma trombeta
não sei o que é uma meretriz
o meu corpo responde-me:
meretriz é uma puta
puta de vida a minha
penso eu, ou nem penso
se ao menos a minha vida
fosse uma puta bonita
de belas pernas e seios proeminentes
onde eu pudesse sorver poesia o tempo todo
mas não, para além de puta
é seca e estéril
agora dirijo-me à porta
meto a chave na fechadura
abro a porta e vou-me embora
antes que me chamem filho da puta
antónio paiva
Publicada por
antónio paiva
à(s)
terça-feira, setembro 25, 2007
14
comentários
23 setembro, 2007
Jantar ao Som das Palavras
Sábado, 22 de Setembro, aconteceu na Madeira, no Restaurante Borda d’Água, vila da Ribeira Brava, um encontro organizado por escritores Madeirenses, denominado: Jantar ao Som das Palavras.
O nome não podia ser melhor escolhido, para o que de facto ali aconteceu.
Estiveram presentes pessoas das diversas áreas, da poesia, prosa, música, da canção, das artes plásticas, professores. Mais de meia centena de pessoas. Gente bem disposta e talentosa.
A música, a poesia, a prosa, as canções, misturam-se na perfeição, criando um ambiente mágico e alegre.
Eu tive a honra de ser convidado, pude desfrutar de tudo isso. Para além de ler de forma um pouco trapalhona alguns dos meu poemas. Para de alguma forma agradecer, tirei estas fotografias que aqui deixo testemunhando o acontecimento. A qualidade não é muito boa, mas como se costuma dizer: conta a intenção. Claro está que eu estava atrás da objectiva e ainda bem. A figurinha só ia destoar.
Ambiente excelente, comida muito boa, quanto a bebida não falo, porque toda a gente foi muito moderada (sei que acreditam em mim). Mas na verdade foi fantástico. Grato a todos, até uma próxima.
Um grande abraço!
Aos meus amigos e amigas que por aqui me acompanham quase diariamente. Desejo-lhes:
Uma óptima semana, com tudo do melhor, que bem merecem!
Publicada por
antónio paiva
à(s)
domingo, setembro 23, 2007
8
comentários
16 setembro, 2007
obviamente...

Os motivos são mais que muitos, aqui ficam alguns:
Quando um distinto?!? jurista afirma publicamente, que está mais preocupado com a presunção de inocência dos arguidos, do que com o que aconteceu à vítima.
Obviamente queremos ser Burros.
Naturalmente que a presunção de inocência, é um direito de qualquer arguido, até ao final do julgamento (bem como até ao final dos intermináveis e hábeis recursos).
As vítimas, essas como já são vítimas à partida, podem muito bem ser cada vez mais vítimas. Parece-nos até, que uns nasceram para serem presumíveis inocentes e outros para serem efectivamente vítimas. Afinal de contas que mal tem, os presumíveis inocentes roubarem a vida e a inocência a muitas das vítimas?
Na verdade, os interesses de comuns mortais, são bem diferentes dos interesses que movem o Sr. Júdice e outros distintos?!? juristas.
Há também presumíveis inocentes e presumíveis inocentes, quantos são os que podem contratar distintos?!? juristas e poderosas máquinas de imagem e comunicação? Para além de inúmeras mordomias.
Obviamente queremos ser burros.
Para ajudar à festa, o novo código penal, entrou em vigor ao fim-de-semana. Parece até piada de gato fedorento. A justiça vai continuar a feder (apetecia-nos utilizar outro termo), como sempre tem fedido (obviamente que aqui também nos apetecia).
Como já é público, parece que alguns criminosos já puderam ir à discoteca no este fim-de-semana, uma vez que já foram soltos. Como a justiça é célere em algumas situações.
Como os presumíveis inocentes e a presumível justiça nos comove. Tanto.
Obviamente, por aqui continuaremos a ser Burros!
Boa semana a todos/as.
Publicada por
antónio paiva
à(s)
domingo, setembro 16, 2007
19
comentários
24 agosto, 2007
tribos

Publicada por
antónio paiva
à(s)
sexta-feira, agosto 24, 2007
30
comentários
17 agosto, 2007
uma existência com muitos buracos

Hoje debruçamo-nos, quer dizer, debruçar, não nos parece o melhor termo, o debruçar, pode dar origem, a casos mesmo bicudos. Pensámos no termo abordar, também não nos parece o melhor, isto de abordar, pode dar azo, a ser interpretado como uma tentativa de assédio. Decidimos então utilizar o termo escrever, porque falar, num local destinado a escrever, também não se ajusta.
Vamos então escrever, sobre o buraco no peúgame e no cuecame. A esta altura, já alguns mortais que estão a ler isto, já começam a pensar, mas que raio de coisa tão sem importância, estão no seu direito. Mas já agora, tenham lá paciência e deixem-nos, dissecar, dissertar e outras coisas terminadas em ar, sobre o assunto (não significa em cima do assunto), mentes tranquilizadas, vamos em frente (na escrita, obviamente).
Verdade verdadinha, é que vamos no dia a dia retirando da gaveta, as cuecas e meias, que estão em melhor estado, até que chegamos ao dia em que só restam aquelas dotadas dos famosos orifícios, que o uso e a velhice lhes infligem, aí não há volta a dar, tem mesmo de ser. Ou porque não houve tempo ou vontade de lavar as melhorezinhas, ou porque estão ainda a secar. Por alguma razão, vamos religiosamente guardando, aqueles exemplares já cansados do uso.
Noutros tempos, era utilizado um ovo ou uma lâmpada eléctrica, para pontear e tapar o infortúnio de cuecas e meias. Dai a origem da expressão de macho, que arrotava a todo o momento: mete-te em casa, vai coser meias. Mas isso foi chão que já deu uvas (ou melhor meias e cuecas com costuras, mas sem buracos). Na época até se cerzia, como era bom cerzir, com seu ar namoradeiro, a Rosinha cerzideira.
Mas não adianta chorar sobre meias e cuecas furadas, agora os tempos são outros e cada um com os seus buracos (estamo-nos a referir aos das meias e cuecas). A questão só se torna problemática, quando por algum motivo imprevisto, temos de arrear a calça ou descalçar o sapatito. Uma ida ao médico inesperada, um encontro casual onde o devaneio, se liberta da roupa. Uma entrada na sapataria para experimentar uns sapatos, ao tirar o sapatinho, é que o dedâme espreitando inusitadamente, como a achincalhar-nos, nos expõe à vergonha. É aí que a menina da loja, se ri toda por dentro, e pensa: olha este, quer comprar um sapatito novo, mas não tem posses para comprar umas meias novas, (esquecendo-se também ela por momentos, das suas coisas rotas).
Nesses momentos, culpa-se sempre a mulher-a-dias que normalmente não temos. Lá sai a expressão: estou farto de dizer àquela senhora, para ter mais cuidado quando me arruma a roupa. Se a miúda da loja ou o pedaço do fortuito são boazonas, pode-se sempre culpar a esposa ou namorada, para lhes fazer sentir, que motivos não nos faltam para lhes enfeitar a testa. Somos mesmo infelizes, muito infelizes. Tão infelizes quanto o são as meias e as cuecas rotas.
Ouvimos dizer, porque ver ainda não vimos, nada como dizer a verdade nestas coisas. Não queremos que nos façam perguntas de pormenor e depois não temos respostas. Mas ouvimos dizer, que fizeram para elas, umas cuequinhas que já são dotadas de buraco estrategicamente colocado, aquilo deve ser para arejar, não estamos a ver outra razão. Mas higiénico é que não nos parece, usadas com saias deixa aquilo muito exposto a poeiras e outras agressões de meio ambiente, (ora, vocês sabem muito bem o que queremos dizer com: aquilo). Muito havia para escrever, sobre aquilo e isto. Mas parece-nos cer hora de zir, (gostaram do trocadilho? cerzir). Talvez numa outra ocasião voltemos ao assunto, para aprofundar os buracos.
Fiquem bem, cuidem dos vossos buracos ou não, isso fica ao critério de cada um/a.
Bom fim-de-semana a todas/os.
Publicada por
antónio paiva
à(s)
sexta-feira, agosto 17, 2007
16
comentários
10 agosto, 2007
em jeito de resposta

Não está aqui em causa a ideologia política, mas sim o significado da frase ou verso.
Ontem, hoje e, lamentavelmente no futuro, uma razão sempre actual.
Por aqui, gritaremos sempre, que o julgarmos necessário. Bem sabemos que são gritos incómodos, que ferem os tímpanos existenciais até dos mais pacatos e, sobretudo dos que são ou se julgam indiferentes.
Na verdade, pode até parecer que quando grito, a mágoa é minha ou melhor dizendo, pessoal. De facto, assim não o é. Se assim fosse, estaria eu, a colocar-me acima daquilo que realmente importa. Destaque que de todo eu não mereço.
Vejamos, se de facto os gritos aqui lançados, incomodam, ferem e, incomodam o bem-estar amorfo, a que deitamos a nossa existência. Se de facto fazem nem que seja um só ser pensante reflectir. Então já valeu a pena. O grito.
Uma coisa é o mundo em que vivemos. Outra coisa é o mundo em que queremos viver. Ou melhor. O mundo em que desejamos viver.
Sim porque, querer, é imensamente diferente, de desejar. Quando queremos temos vontade efectiva de promover a mudança. Quando desejamos, olhamos apenas com deslumbramento, o objecto do desejo. Permanecendo atolados nesse marasmo de deslumbramento e inépcia.
Comecemos então, por tentar querer, passemos depois ao querer tentar, façamos assim o caminho do, querer. Obreiros de firmes convicções. Até porque o tempo é curto, apesar de em alguns momentos, de forma enganosa, parecer uma eternidade.
Bom fim-de-semana a todas/os.
Publicada por
antónio paiva
à(s)
sexta-feira, agosto 10, 2007
18
comentários
07 agosto, 2007
em jeito de amargo de boca

Poderemos sempre dizer, se não pode ter filhos que não os tenha. Naturalmente nós juízes natos, temos sempre as melhores sentenças, para os “crimes” dos outros.
Esquecemo-nos porém, que para além da irresponsabilidade que graça por aí, lamentavelmente. Há também circunstâncias muitas vezes imprevisíveis, que alteram por completo, a vida normal de uma família, arrastando todos quantos delas fazem parte, incluindo as crianças, naturalmente.
Mas nós, os sabedores de tudo, os infalíveis, não achamos assim. Por isso viramos a cara para o lado e seguimos adiante.
Uns são contra a interrupção voluntária da gravidez, defendem a vida, pois fazem muito bem. É sempre de respeitar a convicção de cada um. Dizem também que há que ajudar essas mães e famílias, pois muito bem. Mas onde andam eles/as agora e nestes momentos. Salvo, honrosas excepções, ninguém sabe delas nem deles. Passou o momento do tempo de antena e da visibilidade, debandaram para outras paragens, onde sejam objectos das luzes da ribalta.
Outros são a favor da dita interrupção, também defendem a vida, dizem igualmente que há que ajudar essas mães e famílias, de facto assim deveria ser: Mas onde andam igualmente elas e eles. Novamente, salvo honrosas excepções, ninguém sabe. Debandaram sabe-se lá para onde. Normalmente aparecem sempre que há uma objectiva por perto.
Por aqui na “bolgosfera”, também se deita muita “faladura” a esse respeito, na maior parte dos casos, é pura hipocrisia. Bem sabemos que parecer solidário, fica bem. Infelizmente, também esta gente posa para a imagem, ainda que escrita. Vergonhosa farsa. Há também neste capítulo honrosas excepções.
Eu tenho andado por aí a divulgar uma “merda” de uns livritos que escrevi, 90% dos direitos de autor vão para instituições, de solidariedade social, que apoiam crianças e famílias. Pois não queiram saber, aparecem por aí hipócritas de ambos os sexos, a dizer que sim e mais que também, que vão comprar os livritos, porque também gostam de ajudar causas, e tal e tal…. (dão-se ao desplante de me escrever isto na caixa dos comentários). Claro que não compram nada, é só para se armarem numa coisas que eu estou agora a pensar, mas não escrevo. Mas porque raio afirmam por escrito tal coisa, se não o tencionam fazer? Já agora título informativo: Aquela “merda” daqueles livros, mesmo que não tenham qualquer qualidade literária, sempre servem como pisa-papéis, para equilibrar uma mesa num soalho desnivelado, ou outra porcaria qualquer.
Na verdade, a esse tipo de gente desejo-lhes que vivam, muitos e bons anos, mas por favor, façam-no longe daqui. Nesta pastagem não suportamos o cheiro a pedantes e hipócritas.
Mais informo, que com a venda dos tais livros, já amealhei um significativo pé-de-meia. Assim sendo já nem precisam de se preocupar em os comprar. Ide andando, que nós por cá vamos ficando.
Orgulho-me e muito. Acreditem que orgulho mesmo. Das honrosas excepções que a vida me tem permitido conhecer.
Continuação de óptima semana, para as honrosas excepções.
Publicada por
antónio paiva
à(s)
terça-feira, agosto 07, 2007
19
comentários
01 agosto, 2007
em jeito de mau cheiro

Provoca-nos uma tremenda “neura” visceral, coisas como: através da escrita tentar criar uma imagem em absoluto diferente daquilo que se é. Utilizar os espaços públicos para enfim, se dizer que já se foi rico, mas que o infortúnio e a inveja os/as tornaram pobres. Ouvir teses sobre como se pode ser pelintra, miserável e sei lá mais o quê, mas utilizando uma maquilhagem, que de forma alguma o deixe transparecer. Quero lá saber se ficaram sem o BMW, que compraram com o cartão de crédito. Vão morrer longe que é para não cheirarem mal.
Já não bastava estes dejectos sociais, ainda aparecem juízes, a alegar que um determinado monte de dejectos, violador/pedófilo. Merece uma redução de pena por ter violado, um menor ou adolescente, uma vez que a vítima também teve prazer no acto. Naturalmente que se sua Exa. o magistrado proferiu tais afirmações, é porque presenciou o acto, e verificou com os seus próprios olhos, que a vítima teve no mínimo uma erecção, ou ejaculou durante a violação. Isto sim, isto é que é serviço, o meritíssimo, recolhe provas durante o crime, podendo assim julgar e aplicar a pena, com toda a segurança.
Claro que ainda é pouco, veio agora um outro meritíssimo, aquando da leitura da sentença de um tipo que foi em tempos agente de autoridade, que matou três jovens, exactamente, três jovens e depois de mortas ainda lhes fez mais umas patifarias. Mas dizíamos nós, veio o tal meritíssimo dizer, qualquer coisa como isto: que aplicavam a justiça em nome do povo, mas que o povo não tinha como os influenciar. Mas perguntamos nós, Burros à força toda. Mas afinal, numa democracia, tanto quanto julgamos saber, só age em novo do povo, quem o povo elege. Lamentamos, mas desconhecemos eleições para juízes.
Uma coisa o povo sabe! Que os alimenta e bem! Outra coisa o povo também sabe! Que os meritíssimos o lixam e bem!
Bem sabemos que isto não agrada a quem está de férias, mas o mundo não pára. As sacanices também não.
Publicada por
antónio paiva
à(s)
quarta-feira, agosto 01, 2007
17
comentários
29 julho, 2007
em jeito de "assolhar" a preguiça

Bem sabemos que por aqui usamos e abusamos, na utilização desta imagem, enfim, sequelas da condição de machos, embora não dominantes, mas ainda assim, limitados pela dita condição. Está bem, que nos condenem por isso. Mas como se pode verificar pelas fotografias publicadas aqui na pastagem. Facilmente se pode concluir que somos adeptos e defensores da natureza. O mais possível no seu estado puro. Com quanto menos adereços melhor. Sublimamos as formas e linhas que contornam e tornam mais deliciosos os conteúdos. Ou seja, admiramos e estimamos os que é bom de ver, mesmo que na consciência de não poder ter.
Toda esta lengalenga, para dizer que tínhamos pensado em utilizar meia dúzia de frases feitas, no nosso modesto entender significa: frases já escritas. Ou talvez nem seja nada disso. Na verdade estamos com uma preguiça do caraças. Em vez de inspirados estamos transpirados. Mas não nos vamos queixar, até porque o povinho tem andado a dizer mal de quando chove. Agora aguentem-se, que nós por aqui fazemos o mesmo. Assim sendo, não há tempo a perder. Vamos “assolhar” a dita: A preguiça.
Boa semana a todas/os. Nada de queixinhas. Que com este calor não há pachorra.
Publicada por
antónio paiva
à(s)
domingo, julho 29, 2007
17
comentários
25 julho, 2007
em jeito de mensagem

Corres o risco de perder duas coisas fundamentais para o ser humano. A saber: um amigo e o carácter.
No entanto se tal acontecer. Até porque um amigo é sempre um amigo. Como tal, terás sempre uma ou mais oportunidades de emendar o erro. Convém não abusares do facto de saberes disso.
Enche-te de humildade, porque humildade não significa pobreza, nem tão pouco é algo que te possa diminuir. Muito antes pelo contrário. Só te dignifica e engrandece enquanto ser humano.
Retrata-te pois, perante ele, amigo. Reconhece o erro. E procura evitar repeti-lo. Podes até pedir desculpa. Embora por aqui nos pareça: que as desculpas existem para se evitar e não para se pedir.
Mas afinal de contas, por aqui, na nossa Burrice militante. Também podemos estar a lavrar no erro. Seja como for, não há nada de errado em reflectir sobre isto.
Publicada por
antónio paiva
à(s)
quarta-feira, julho 25, 2007
18
comentários
22 julho, 2007
mais um mimo

Publicada por
antónio paiva
à(s)
domingo, julho 22, 2007
6
comentários
19 julho, 2007
insónia....
Eram quatro da manhã e o maço de cigarros dizia-me:
Fumar mata
O título do livro na mesa de cabeceira dizia-me:
Mulheres
Sentado na cama, a insónia dizia-me:
Não dormes
Então eu disse-me:
Já que não dormes escreve
Foi o que fiz. Escrevi:
Se fumares demasiado morres, acabam-se as insónias
Estás só podes pensar em mulheres, mas agravam-se as insónias
Eu disse-me de novo:
É melhor dormires que já são horas.
antónio paiva
Bom fim-de-semana a todas/os.
Publicada por
antónio paiva
à(s)
quinta-feira, julho 19, 2007
12
comentários
11 julho, 2007
um livro.....

Ama um livro, odeia-o, discute-o, concorda, discorda, mas nunca o destruas.
Como dizia Miguel Torga: “escrever é fácil, criar é que é difícil”.
Sempre que a tua veia de crítico/a literário/a, te impelir para pegares na tua tesoura do conhecimento e sabedoria, com vontade de o desfazer em tirinhas de escárnio. Respira fundo e vai fazer outra coisa.
Quem escreve e publica, é uma espécie de cobarde que arranjou coragem sabe-se lá onde para o fazer. Os outros também o são, mas só conseguem arranjar coragem para escrever e falar daquilo que os primeiros fazem. Só que, raramente são justos, imparciais e sensatos.
É preciso não esquecer, que o escritor parte, o leitor também e o crítico idem. O livro, esse permanece, com a força da sua ironia, mesmo que em páginas amareladas. Continuando vivo. Continuando a sua missão. Ser um livro. Apenas e só. Memórias vivas.
Polémico, provocador, recipiente carregado de acidez às vezes muito corrosiva, eu, sei que sou. Mas de vez em quando também consigo ser coisas um pouco melhores.
Até amanhã na Fnac Chiado às 18:30
Até sábado na Fnac Algarve às 21:30
Venham daí e tragam os outros! Eu e os livros lá estaremos à vossa espera.
Publicada por
antónio paiva
à(s)
quarta-feira, julho 11, 2007
28
comentários
08 julho, 2007
Até já! Lisboa e Algarve
Fnac Chiado
Apresentação do livro "Janela do Pensamento"
Dia 12 de Julho às 18:30
Apresentação do livro pela Dra. Ana Correia
Compareçam, divulguem!
Fnac Algarve AlgarveShopping
Apresentação do livro "Janela do Pensamento"
Dia 14 de Julho, às 21:30
Compareçam divulguem!
Grato.
Boa semana a todos/as!
Publicada por
antónio paiva
à(s)
domingo, julho 08, 2007
17
comentários
05 julho, 2007
espera-me
espera-me que eu estou quase a chegar
espera-me com o teu vestido de luar
deitada no teu leito de vagas mansas
espera-me que eu estou quase a chegar
espera-me que o amor vai acontecer
pode ser um momento breve
mas nunca será fugaz
espera-me que eu não posso voltar atrás
sussurra-me agora a tua melodia
espera-me tenho a minha alma vazia
faz da tua praia o meu destino
ama-me traz-me de volta o meu sorriso de menino
esbate-me esta loucura
ama-me uma só vez
deixa-me entrar de mansinho
abre-me os teus braços para eu encontrar o caminho
espera-me que eu estou quase a chegar……
Publicada por
antónio paiva
à(s)
quinta-feira, julho 05, 2007
24
comentários
03 julho, 2007
....
são poderosas as fábricas de esmagar silêncios
trituram a magia das palavras nobres e sentidas
são máquinas poderosas de fabricar a solidão
transformam em comédia as imagens poéticas
de rodas dentadas arreganhadas em sorrisos velhos
fazem da nossa existência névoa de carne humana
Publicada por
antónio paiva
à(s)
terça-feira, julho 03, 2007
9
comentários